Anemia
A diminuição dos níveis de hemoglobina no sangue está ligada a fatores genéticos e à má alimentação
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O que é a anemia?
Anemia é um termo médico genérico para descrever um estado em que o sangue do paciente possui um número abaixo do normal de glóbulos vermelhos ou de hemoglobina, que é a substância responsável por transportar o oxigênio captado pelo pulmão para nutrir outras partes do corpo.
A anemia também pode designar diversas condições em que as hemácias (ou glóbulos vermelhos) não se formam por completo ou têm aparência deformada, podendo não funcionar de forma correta.
No Brasil, estima-se que 90% dos casos de anemia são por falta de ferro, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera a doença como um indicador de pobreza de nutrição e de saúde, que compromete a qualidade de vida e contribui para a mortalidade infantil. São aproximadamente 30% da população do planeta (cerca de 2,2 bilhões de pessoas) que sofrem com algum tipo de anemia.
Embora a anemia não seja considerada preocupante por muitas pessoas, ela é um importante sinal de outros tipos de doenças que provocam alteração sanguínea, ou seja, redução do número de hemácias circulantes. Por isso, é sempre indicado procurar orientação médica ao sinal de qualquer sintoma.
Quais são os sintomas da anemia?
Entre os sintomas mais comuns da anemia, estão:
- Palidez da pele, gengivas e parte interna do olho (mucosas)
- Cansaço frequente
- Sonolência
- Apatia
- Tonturas
- Falta de ar ou respiração muito curta
- Hipotensão (pressão arterial baixa)
- Menor disposição para tarefas
- Falta de apetite
- Dor muscular
- Dor de cabeça constante
- Unhas e cabelos fracos
- Batimentos cardíacos acelerados
- Problemas de memória ou dificuldade de concentração
- Vontade de comer coisas que não são comestíveis, como tijolo ou terra
Quais são os tipos de anemia?
A anemia pode ser aguda, crônica, adquirida ou hereditária. É aguda quando há perda expressiva e acelerada de sangue, o que pode acontecer em acidentes, cirurgias, hemorragias etc.
A crônica é provocada por doenças de base, algumas hereditárias e outras adquiridas, como as que ocorrem por deficiência nutricional e em mulheres grávidas, por deficiência de ferro (anemia ferropriva), carência da vitamina B12 ou de ácido fólico (anemia megaloblástica).
Existem diversos tipos de anemia, sendo que cada uma tem um nome específico. Abaixo, você encontra os principais termos:
Anemias adquiridas/nutricionais
– anemia ferropriva: deficiência de ferro
– anemia megaloblástica: deficiência de ácido fólico ou vitamina B12
Anemias hereditárias
– anemia falciforme: os glóbulos vermelhos são deformados, em formato de foice
– talassemia: um gene interfere na produção de hemoglobina, fazendo com que os glóbulos vermelhos fiquem menores e com menos hemoglobina que o normal
Anemia de origem imunológica
– anemia hemolítica autoimune (AHAI): o organismo produz anticorpos que atacam os próprios glóbulos vermelhos
– anemia de doenças crônicas: em especial infecções, câncer, doenças autoimunes e renais e diabetes grave
Anemia de medula óssea
– anemia aplástica ou aplastia medular: redução da produção de glóbulos vermelhos (hemácias), glóbulos brancos (leucócitos) e plaquetas
Há, ainda, outros tipos de anemia, que são classificadas de acordo com o tamanho das hemácias do paciente, por meio do VCM, o Volume Corpuscular Médio, recebendo nomes como microcíticas, macrocíticas e normocíticas.
Quais podem ser as causas da anemia?
Existem variadas causas de anemia, que variam de acordo com o tipo da doença que o paciente apresenta.
No tipo mais comum (ferropriva), responsável por cerca de 90% dos casos de anemia, o paciente desenvolve a condição por conta de uma deficiência em nutrientes como ferro e zinco, além de vitamina B12 e proteínas.
A anemia pode acontecer devido à diminuição dos níveis de hemoglobina, que pode ser causada por algumas razões, como alimentação pobre em ferro, dificuldade de absorção de ferro ou menstruação excessiva.
As quimioterapias também podem causar um período de anemia, que depois se normaliza. Exageros em medicamentos para emagrecer, como anfetaminas, também são capazes, com o tempo, de levar à anemia.
Fique atento para os fatores de risco:
- Má alimentação
- Histórico familiar (alteração genética)
- Crianças nos primeiros anos da infância, grávidas, lactantes (mulheres que estão amamentando), meninas adolescentes e mulheres adultas em fase de reprodução e idosos são os públicos mais vulneráveis ao risco de anemia
- Pacientes submetidos à cirurgia bariátrica para redução do peso também correm maior risco de deficiência de ferro
- Pessoas que dependem de terceiros para se alimentarem, como idosos em asilos ou incapacitados fisicamente, também podem ter anemia ferropriva
- Pacientes com hipotireoidismo podem desencadear anemia como manifestação secundária
- Vegetarianos mal orientados também são grupo de risco
Como é o diagnóstico da anemia?
Normalmente, o diagnóstico da anemia é clínico, baseado nos relatos dos sintomas do paciente, e também é confirmado por exames de sangue, como o hemograma, que analisam os indicadores das células e nutrientes presentes no sangue.
O teste laboratorial mede os níveis de hemoglobina, ferro, vitamina B12 e ácido fólico no sangue. O médico também pode solicitar exames que ajudam a avaliar o funcionamento do fígado e dos rins.
Os valores de hemoglobina que indicam anemia variam de acordo com a idade e se a mulher está grávida ou não. É constatada a anemia quando os níveis de hemoglobina no sangue são menores que 12 g/dL em mulheres, menor que 14 g/dL em homens e abaixo de 11g/dL em mulheres grávidas.
Como tratar a doença?
O tratamento da anemia é determinado diretamente pela condição que a está causando. Na maior parte dos casos, é necessário aumentar a ingestão de ferro e vitamina B12 e fazer o uso de suplementos.
No entanto, certas anemias são tratadas por meio de procedimentos como o transplante de medula óssea. Na anemia falciforme, é necessário realizar acompanhamento médico por toda a vida.
O tratamento da anemia normalmente é feito com o aumento do consumo de alimentos ricos em ferro, como carnes vermelhas, feijão e beterraba, e, em casos mais graves, o médico também pode recomendar o uso de suplementos de ferro ou a transfusão de sangue.
Quais são as complicações da anemia?
Se não for tratada, a anemia pode resultar na piora do quadro geral do paciente, com cansaço progressivo e aos mínimos esforços, com déficit de oxigenação no organismo, causando danos diversos, desde problemas cardíacos até neurológicos. Isso pode até mesmo levar o paciente a óbito.
Entre as complicações da anemia, podemos destacar:
- Problemas cardíacos, como arritmia, cardiomegalia (aumento de tamanho do coração) e insuficiência cardíaca
- Problemas na gravidez, como parto prematuro
- Problemas no desenvolvimento (no caso de anemia em crianças), como atrasos cognitivos, alterações comportamentais e imunidade baixa
- Fadiga severa, que impede a realização de tarefas simples e do cotidiano
Como evitar e combater a anemia?
É possível prevenir as anemias dependentes de uma alimentação adequada, ou seja, as causadas pela falta de ferro e vitamina B12. Comendo de tudo um pouco, incluindo legumes, verduras, frutas e carne vermelha, não há motivo para se preocupar, a não ser que exista uma doença de base que evite a absorção das vitaminas.
Cuidar da alimentação é uma maneira de reduzir os quadros de anemia ferropriva. Optar por uma alimentação saudável e variada é indispensável para prevenir a ocorrência de anemias causadas por carência nutricional.
Para combater a anemia, é importante comer mais alimentos que sejam fontes de ferro, como carnes vermelhas, miúdos, como fígado e coração, frango, peixes, frutos do mar, gema de ovo, vegetais verde escuros e sementes de abóbora. Além disso, é recomendado comer, de preferência na mesma refeição, alimentos fonte de vitamina C, como caju, acerola, abacaxi e goiaba, que ajudam a aumentar a absorção de ferro no organismo.
Importante: a suplementação de ferro sempre deve ser feita por indicação e com acompanhamento profissional.
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