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Doença de Lyme

Infecção provocada por bactéria transmitida pela picada do carrapato causa complicações

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O que é a Doença de Lyme?

Também conhecida por borreliose de Lyme, doença de Lyme-símile brasileira e síndrome de Baggio-Yoshinari, a doença de Lyme é uma condição infecciosa transmitida pela picada de carrapatos hematófagos (que se alimentam de sangue) da espécie Ixodes, infectados pela bactéria Borrelia burgdorferi.

A enfermidade afeta a América do Norte e a Europa. O principal sintoma (inchaço e vermelhidão local) da picada e consequente infecção pode surgir até 30 dias após o contato. Também ocorre dor de cabeça, febre, dor muscular e nas articulações.

A condição é chamada assim porque foi descrita, pela primeira vez, na cidade de Lyme. Em 1975, a infecção recebeu esse nome em virtude do grande número de casos de artrite reumatoide juvenil, uma doença autoimune, nos municípios da região de Connecticut, nos Estados Unidos.

Em geral, os surtos acontecem nos meses de verão e início do outono. Crianças e jovens representam a população de maior risco para contrair a enfermidade.

No Brasil, desde 1992, tem sido observado o mesmo tipo de manifestações clínicas depois que uma pessoa é picada por carrapatos. Diferentemente dos vetores norte-americanos e europeus, são capazes de atingir todos os sistemas do organismo.

Na variante brasileira (denominada de doença de Lyme símile brasileira ou síndrome de Baggio-Yoshinari), os sintomas conseguem ser recorrentes com tendência a tornarem-se crônicos mesmo depois de tratados por longos períodos.

A condição tem bom prognóstico, desde que o tratamento seja eficiente e introduzido precocemente. Atualmente, a doença de Lyme é a mais comum das enfermidades transmitidas por este animal nos Estados Unidos, e se manifesta também em países da Europa, no Japão, na China e em diferentes regiões da antiga União Soviética.

Quais são os sintomas da condição?

Além da lesão no local da picada do carrapato, os sinais são parecidos com o da gripe:

  • Dores no corpo
  • Febre
  • Tosse
  • Incômodo na garganta
  • Calafrios
  • Fadiga
  • Dor de cabeça
  • Fraqueza nos membros
  • Erupção cutânea onde ocorreu a picada, que pode aumentar de tamanho com o tempo, e possibilidade de surgir mais manchas vermelhas na pele em outras partes do corpo
  • Inchaço e dor nas articulações

Quais são as complicações possíveis?

Várias semanas após a infecção, algumas pessoas desenvolvem desconfortos menos comuns, como:

Na presença desses sintomas, é recomendado ir ao hospital para receber o tratamento correto para a doença de Lyme e evitar o agravamento das complicações que, quando não são tratadas, podem colocar em risco a vida.

Qual é a causa? Como ocorre a transmissão?

A doença de Lyme é causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, transmitida pela picada de carrapatos do gênero Ixodes infectados.

Esses animais invertebrados são marrons e se grudam na pele, permanecendo por bastante tempo enquanto sugam o sangue do hospedeiro. Os locais preferidos do corpo humano para os carrapatos são axilas, couro cabeludo e região da virilha.

Para transmitir a doença, os animais devem ficar aderidos à pele por 24 horas, no mínimo. Quanto menor o carrapato, maiores são as chances de eles transmitirem a doença de Lyme, pois são mais difíceis de serem detectados.

Quando são transmitidas, as bactérias entram na pele através da picada e invadem a corrente sanguínea, espalhando-se pelo corpo.

Quais são os fatores de risco para doença de Lyme?

A doença de Lyme é mais comum nos Estados Unidos e em algumas regiões central e leste da Europa, bem como o sudeste da Escandinávia e ao norte do Mediterrâneo, em países como Itália, Espanha e Grécia. Pessoas que viajam para esses locais e passam muito tempo em áreas arborizadas e gramadas estão sob maior risco de contrair a doença. Profissionais com ocupações ao ar livre também são mais propensos a desenvolver este problema.

Se detectar um carrapato aderido a você, remova-o rapidamente, mas de forma correta. Não perceber e não remover corretamente o carrapato da pele também aumentam suas chances de desenvolver doença de Lyme.

Como é feito o diagnóstico da doença?

O diagnóstico da doença de Lyme é feito pelo médico com base nos sintomas. No entanto, os sinais e queixas costumam variar muito para cada pessoa infectada, sendo comuns a outras condições de saúde. Além disso, há outras enfermidades que são transmitidas por carrapatos. Dessa forma, é difícil estabelecer o diagnóstico.

Se o paciente não estiver com erupções cutâneas na pele (características da doença de Lyme), o médico faz a anamnese, com perguntas detalhadas sobre o histórico clínico, e um exame físico.

Testes de laboratório para identificar anticorpos para as bactérias causadoras da patologia podem ser usados para ajudar a confirmar a suspeita. Estes exames são mais confiáveis algumas semanas após uma infecção, pois o corpo já terá tido tempo para desenvolver anticorpos.

Qual é o tratamento para doença de Lyme?

O tratamento para a doença de Lyme deve ser sempre indicado por médico, como o dermatologista. Normalmente, a infecção é tratada com antibiótico, como doxiciclina, amoxicilina ou azitromicina, com a dose e período prescritos pelo especialista.

Geralmente, o remédio é tomado via oral. No entanto, em quadros graves, é preciso ficar internado para que o medicamento seja administrado diretamente na veia e as complicações possam ser evitadas.

Também em situações mais severas, a doença de Lyme ocasiona a artrite, com sintomas como dor e inchaço nas articulações. Nesses casos, o portador da condição tem a necessidade de sessões de fisioterapia para recuperar a mobilidade e conseguir fazer as atividades do dia a dia sem desconforto.

Os profissionais ainda podem recomendar o uso de anti-inflamatórios para diminuir a inflamação das articulações.

Como prevenir a Doença de Lyme?

Para prevenir da doença de Lyme, deve-se evitar o contato com animais invertebrados, de forma geral. Se for viajar para os locais de risco (EUA, centro e Leste da Europa, Norte do Mediterrâneo), certifique-se de quais regiões ainda sofrem com infestações de carrapatos e evite ficar com a pele exposta, cobrindo o corpo.

É sempre bom utilizar spray ou creme repelente em ambientes ao ar livre, independente do horário. Se ocorrer o contato com carrapato, ele precisa ser retirado da pele de forma adequada.

A mais segura de removê-lo é identificar a cabeça do animal e puxá-la com uma pinça limpa com álcool 70% (de preferência com uma ponta fina), fazendo um movimento para cima. Em seguida, limpe a pele com água e sabonete neutro ou outro medicamento antisséptico (para combater micro-organismos).

Preste atenção para nunca espremer, esmagar ou torcer o carrapato, pois isso é capaz de espalhar bactérias ou outros agentes infecciosos. Caso partes da cabeça tenham ficado presas à pele, deve-se tentar removê-las com a pinça. Se não conseguir, é necessário buscar ajuda de profissional de saúde para finalizar o processo plenamente.

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