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Febre Tifoide

Infecção bacteriana é grave e está relacionada a condições precárias de saneamento básico e higiene

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O que é febre tifoide?

A febre tifoide é uma doença infecciosa aguda, causada pela bactéria Salmonella enterica typhi. A transmissão ocorre pelo consumo de água e alimentos contaminados, ou pelo contato direto com pessoas doentes ou portadores assintomáticos.

A infecção é considerada grave e deve ser tratada imediatamente de maneira adequada com o uso de antibióticos. Caso contrário, pode levar à morte, porque é capaz de provocar complicações sérias em vários órgãos, como fígado, baço, rins, coração, intestino e vesícula.

A febre tifoide se relaciona a condições precárias de saneamento básico e higiene pessoal e ambiental. Por conta disso, está praticamente eliminada em países desenvolvidos, onde há água tratada, esgoto encanado e meios de higienização disponíveis para toda a população.

Os sintomas, que incluem febre alta, manchas rosadas no abdômen e diarreia com sangue, conseguem persistir durante semanas se não forem tratados corretamente. Pacientes portadores de HIV que desenvolvem AIDS podem apresentar quadros recorrentes e graves de febre tifoide.

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas de febre tifoide incluem:

O período de incubação da doença varia de 8 a 14 dias. No geral, os sintomas são leves no início, porém se agravam com o passar das primeiras 3 semanas. Os quadros de febre tifoide tendem a regredir apenas após a quarta semana se não forem tratados, mas, até lá, o paciente pode sofrer complicações.

Se a *Salmonella enterica typhi* cair na corrente sanguínea do indivíduo, qualquer órgão se torna vulnerável. Nessas situações, é possível que aconteçam algumas complicações, como pneumonia, colecistite (inflamação da vesícula biliar), meningite, retenção urinária, aneurisma, pedra nos rins ou na vesícula e problemas cardíacos, como miocardite ou endocardite.

No entanto, a complicação mais comum da doença é a perfuração intestinal, seguida por hemorragia abdominal. Esses casos são extremamente graves, porque podem evoluir para um quadro de sepse (infecção generalizada), coma e, posteriormente, morte.

Durante a infância, a doença tende a ser menos preocupante do que na fase adulta, causando diarreia na maioria dos casos. Mas é preciso ter atenção quanto à hidratação, pois crianças, assim como os idosos, desidratam mais rápido.

Quais são os meios de transmissão da febre tifoide?

A transmissão ocorre de duas formas principais:

  • De maneira direta, pelo contato com uma pessoa doente ou que é portadora da bactéria
  • De maneira indireta, pelo consumo de água ou alimentos contaminados com fezes e urina

A febre tifoide também é uma das doenças que podem ser transmitidas pela água da enchente, assim como a cólera, a leptospirose e o tétano. Isso acontece porque o acúmulo de água da chuva nas ruas, em conjunto com lama, esgoto, lixo e outras impurezas, serve como um ambiente apropriado para a propagação da bactéria causadora da infecção.

Outros meios de contágio incluem ingestão de frutos do mar e crustáceos crus ou mal cozidos, leite e derivados não pasteurizados e produtos enlatados ou congelados, que também podem difundir a *Salmonella*.

O ser humano é o único hospedeiro dessa bactéria, e ela é eliminada por meio das fezes e da urina. O tempo para excreção total dos bacilos varia de uma a três semanas, chegando até a três meses. Nesse período, o paciente pode ou não apresentar sintomas.

Algumas pessoas se tornam portadoras crônicas da febre tifoide. Nesses casos, o indivíduo passa a abrigar a bactéria na vesícula biliar e a elimina nas fezes durante um ano, sendo vetor de transmissão da doença em toda essa janela de tempo.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da febre tifoide conta com uma avaliação clínica detalhada. O médico (um infectologista ou um clínico geral) investiga os sintomas e o histórico do paciente, incluindo locais onde esteve, onde mora e alimentos que foram consumidos nos últimos dias.

Entretanto, para confirmar a doença de fato, é necessário realizar exames de sangue, de fezes e de urina, que têm como objetivo isolar a bactéria e descartar outras infecções que possuem sintomas semelhantes, como febre maculosa, malária e gastroenterites.

Febre tifoide tem cura? Como é feito o tratamento?

O tratamento da febre tifoide inclui a prescrição de antibióticos e outros remédios, como antitérmicos e analgésicos. A reposição oral de líquidos é essencial, e o paciente deve se hidratar ingerindo água, água de coco, isotônicos e soros caseiros. Além disso, é indicado permanecer em repouso e adotar uma dieta leve, sem gorduras.

Em quadros graves, a internação hospitalar pode ser necessária, assim como a hidratação via endovenosa (quando o paciente tem uma veia perfurada para a administração gradual de soro).

A hidratação do paciente precisa ser iniciada antes mesmo da confirmação da doença, principalmente se estiver desnutrido ou for criança ou idoso. Se não houver complicações, o tratamento dura, em média, 14 dias.

Durante o período em que estiver sendo tratada, a pessoa não deve manipular alimentos e precisa lavar bem as mãos com água e sabão após utilizar o banheiro. Essas práticas evitam a transmissão da doença.

Como prevenir a febre tifoide?

Para prevenir a febre tifoide, é recomendado:

  • Lavar as mãos com água e sabão após ir ao banheiro e antes de preparar ou ingerir um alimento
  • Guardar alimentos em recipientes fechados
  • Desinfetar corretamente as áreas e utensílios utilizados na preparação de comidas
  • Mergulhar frutas, legumes e verduras na água com uma colher de hipoclorito de sódio (cloro) durante 30 minutos. Depois, enxaguá-los em água corrente
  • Evitar o consumo de alimentos crus ou mal cozidos, principalmente frutos do mar
  • Consumir leite e derivados apenas se forem pasteurizados
  • Evitar o consumo de alimentos armazenados ou preparados em condições de má higiene
  • Tratar a água da torneira antes de bebê-la, filtrando, fervendo e colocando duas gotas de hipoclorito de sódio a cada litro de água. Espere ao menos 30 minutos para tomar o líquido após esse processo
  • Armazenar a água limpa em uma vasilha ou garrafa com tampa
  • Não utilizar a água de riachos, rios, lagos ou poços para tomar banho ou para beber

Além disso, mães devem higienizar as mãos após trocar fraldas de bebês e antes de amamentar. Pessoas que desejam viajar para locais em que a doença é endêmica precisam se informar sobre as medidas de proteção antes de embarcar.

Existem vacinas contra a febre tifoide e, em alguns países, o imunizante é exigência de viagem. A vacinação, nesses casos, é recomendada para todas as pessoas a partir dos 2 anos de idade.

Entretanto, é importante destacar que as vacinas não oferecem imunização total contra a doença, especialmente em situações de pandemia. Por isso, seguir os cuidados citados acima continua sendo essencial, pois impede a propagação da infecção.

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