Gripe Espanhola
Doença foi responsável pela morte de pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo
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O que foi a gripe espanhola?
A gripe espanhola, causada pelo vírus Influenza, foi uma doença responsável por uma das maiores pandemias de todos os tempos. Entre 1918 e 1920, a condição infectou um terço da população mundial da época e matou entre 50 e 100 milhões de pessoas, principalmente nos Estados Unidos e na Europa.
Os números, no entanto, não são claros, devido, especialmente, à desinformação que predominava no mundo. Naquele momento, tanto os Estados Unidos quanto os países europeus também se concentravam na Primeira Guerra Mundial. Dessa forma, noticiar publicamente os dados relativos à doença poderia ser visto como um sinal de fraqueza.
É nesse contexto, inclusive, que há um equívoco em relação ao nome da enfermidade. Essa mutação da gripe, na verdade, não apareceu na Espanha, como a expressão popular sugere. Não há indícios claros a respeito do surgimento da doença, mas muitos pesquisadores apontam que o primeiro caso ocorreu em um acampamento militar nos Estados Unidos, em março de 1918.
No entanto, a Espanha, neutra na guerra, foi um dos primeiros países a divulgar casos e o avanço da gripe com frequência, o que levou a esse batismo impreciso e controverso em relação à doença.
Em abril de 1918, a gripe espanhola já tinha potencial de epidemia, contaminando militares e civis em partes do território estadunidense. A mobilização militar da época facilitou a evolução do vírus, que rapidamente se espalhou pela Europa e, em proporções menores, por todo o mundo.
No Brasil, é estimado que a doença tenha matado pelo menos 35 mil pessoas, sendo 10 mil no Rio de Janeiro e cerca de 2 mil em São Paulo. Para se ter noção do poder de contaminação da gripe espanhola, Curitiba, que tinha uma população de 78 mil indivíduos, apresentou o contágio de 45 mil pessoas.
Quais eram os principais sintomas?
A pandemia de gripe espanhola foi separada em ondas. A primeira, mais amena, apresentava sintomas como:
- Febre alta que começava “do nada”, acima de 38ºC
- Calafrios
- Dor muscular e nas articulações de todo o corpo
- Dor de cabeça forte
- Tosse seca
- Dor de garganta
- Nariz entupido e escorrendo
- Cansaço excessivo
- Fadiga e mal-estar generalizado
- Inflamação da laringe, faringe, traqueia e brônquios
Durante a primeira onda, as pessoas costumavam melhorar sozinhas em média após 15 dias, o que gerou um número mais baixo de mortes. Entretanto, a partir da segunda onda, considerada a mais mortífera, outros sintomas foram agregados:
- Manchas marrons no rosto
- Pele azulada
- Tosse com sangue
- Sangramento por orifícios como ouvido e nariz
Nesses casos, a evolução da doença era bem mais rápida e os sintomas mais intensos. Complicações como pneumonia, edema pulmonar e líquido nos pulmões frequentemente resultavam em óbito por sufocamento alguns dias ou apenas algumas horas após o surgimento dos primeiros sinais de contágio.
O que causava a gripe espanhola?
A gripe espanhola foi causada por uma mutação no vírus da Influenza A (gripe A), o que resultou na cepa H1N1. É importante dizer que a gripe suína, responsável por uma pandemia em 2009, também é um tipo A/H1N1, mas modificado, que ficou conhecido como "A/CALIFORNIA/04/2009", conforme orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde).
Quais eram os fatores de risco da doença? Como ocorria a transmissão?
A gripe espanhola tinha um potencial contagioso muito alto. Dessa forma, crianças abaixo de cinco anos e idosos (ambas faixas etárias com o sistema imunológico mais fraco) foram severamente atingidas.
No entanto, por se tratar de um vírus novo, jovens e adultos também não tinham memória imunológica para combatê-lo. Por isso, a doença afetou e matou milhões de pessoas entre os 20 e 40 anos, considerando militares e civis.
A transmissão é similar a qualquer outro tipo de gripe: o H1N1 era facilmente transmitido de pessoa para pessoa por meio do contato direto, além de gotículas expelidas por tosse, espirro e fala de pacientes.
Um agravante foi o sistema sanitário ineficaz de vários países. É preciso sempre lembrar que o mundo passava pela Primeira Guerra Mundial e o acesso à higiene e saneamento básico era bastante restrito, especialmente nas trincheiras.
Como era feito o diagnóstico de gripe espanhola?
A gripe espanhola aconteceu há mais de 100 anos. Desse modo, a medicina não era tão evoluída e os médicos não tinham à disposição laboratórios e outras ferramentas que possibilitassem um diagnóstico certeiro do quadro.
No entanto, clínicos gerais e infectologistas conseguiam diagnosticar os pacientes de acordo com os sintomas apresentados, o histórico (incluindo contato com outras pessoas doentes) e a observação da pandemia. Nesse último caso, era necessário verificar o avanço de sinais clássicos da doença na população de uma certa cidade ou bairro.
Gripe espanhola tinha cura? Como eram feitos os tratamentos?
Nunca foi descoberta uma cura para a gripe espanhola. A partir da terceira onda da doença, em 1919, os casos foram desaparecendo aos poucos, até que, em 1920, a pandemia acabou.
Para tratar os enfermos, era recomendado descanso, alimentação balanceada e hidratação adequada. A melhora dependia muito do sistema imune de cada um. Após uma média de 15 dias, algumas pessoas melhoravam, enquanto outras apresentavam piora e corriam risco de morte.
Era comum que altas doses de ácido acetilsalicílico (um tipo de anti-inflamatório) fossem prescritas. O objetivo era melhorar as dores e baixar a febre, mas o uso abusivo tinha como consequência uma intoxicação (chamada de salicismo), o que agravava os sintomas da gripe e causava, ainda, edema pulmonar e acúmulo de líquido nos pulmões.
A dificuldade em encontrar o agente patogênico tornava ainda mais complicado obter um tratamento eficaz, o que aumentou o potencial fatal do vírus. Além disso, o primeiro antibiótico (a penicilina, criada pelos estudos de Alexander Fleming), só foi descoberto em 1928. Assim, os médicos não conseguiam tratar infecções bacterianas resultantes de complicações da gripe espanhola, como a pneumonia.
Quais eram as indicações para prevenir a gripe espanhola?
Naquela época, não havia vacina para o vírus H1N1. Por isso, a recomendação das autoridades sanitárias era evitar lugares com aglomerações, incluindo teatros e escolas. Durante o pânico que assolava a população, muitos abandonaram cidades inteiras buscando um local seguro para viver.
Atualmente, para prevenir qualquer tipo de gripe, incluindo a Influenza A, a melhor maneira é vacinar-se anualmente com imunizantes disponíveis nas redes particulares e públicas.
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