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Insuficiência Cardíaca

Doença é uma das condições que mais encurtam a expectativa de vida dos brasileiros depois dos 60 anos

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O que é a insuficiência cardíaca?

A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição médica em que o músculo do coração fica enfraquecido e não consegue bombear a quantidade de sangue que o corpo precisa para suprir suas necessidades. O distúrbio causa redução do fluxo sanguíneo, refluxo (congestão) de sangue nas veias e nos pulmões e/ou outras alterações que podem debilitar ou enrijecer ainda mais o órgão.

A doença atinge principalmente os idosos, mas pode ocorrer em qualquer momento da vida, em qualquer idade, afetando cerca de 2% da população até 70 anos. No Brasil, a enfermidade acomete ao menos 4 milhões de pessoas, a maioria com mais de 60 anos.

A insuficiência cardíaca é mais comum em pessoas que possuem pressão alta, o que pode levar ao enfraquecimento do músculo cardíaco. Doenças isquêmicas do coração (que comprometem as artérias do órgão) e hipertensão arterial são as principais causas de IC. Além disso, diabetes, tabagismo e sedentarismo são graves fatores de risco para desenvolvimento da condição e devem ser combatidos.

A diminuição da circulação sanguínea leva a sintomas como cansaço progressivo, inchaço abdominal e nas pernas e nos pés, tosse seca à noite e falta de ar. Um quadro clássico que leva os especialistas a desconfiarem da doença é a necessidade que o paciente sente de levantar a cabeceira da cama para tentar dormir melhor.

Essa é uma condição de saúde que necessita de acompanhamento médico constante com cardiologista, já que ela pode levar a morte precoce ou outras complicações.

Quais são os tipos de insuficiência cardíaca?

A doença pode ser chamada de insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou biventricular, quando ambos os lados do coração estão comprometidos. O aumento de sangue nos tecidos gera essa congestão. Ela pode ser leve, moderada ou grave.

Os tipos de insuficiência cardíaca são classificados pela fração de ejeção (FE), que é a porcentagem de sangue bombeada para fora pelo coração a cada batimento e é uma medida de como o coração está bombeando. Um ventrículo esquerdo normal ejeta cerca de 55 a 60% do sangue de seu interior.

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida (ICFER) ou insuficiência cardíaca sistólica)

O coração se contrai com menos força e bombeia para fora uma porcentagem menor do sangue do que retorna a ele. Como resultado, mais sangue permanece no coração. O sangue, então, acumula-se nos pulmões, veias ou ambos.

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP) ou insuficiência cardíaca diastólica)

O coração torna-se enrijecido e não relaxa normalmente após sua contração, prejudicando sua capacidade de se encher de sangue. O coração se contrai normalmente, então é capaz de bombear uma proporção normal de sangue para fora dos ventrículos, mas a quantidade total bombeada em cada contração pode ser menor. Algumas vezes, o coração rígido compensa seu preenchimento inadequado bombeando uma quantidade de sangue ainda maior do que normalmente faz. No entanto, por fim, como na insuficiência cardíaca sistólica, o sangue que retorna ao coração se acumula nos pulmões ou nas veias.

Insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida (ICFElr)

Trata-se de um conceito mais recente, que inclui as pessoas cuja fração de ejeção situa-se em algum ponto entre fração de ejeção preservada e reduzida.

É importante que o tipo de insuficiência cardíaca seja identificado para que o tratamento possa ser adaptado e iniciado logo em seguida, para assim, evitar o agravamento e o surgimento de complicações, como insuficiência renal ou edema pulmonar, que podem colocar em risco a vida da pessoa.

Quais são os sintomas da insuficiência cardíaca?

Inicialmente, os sintomas da insuficiência cardíaca aparecem lentamente, porém, com o passar do tempo, os problemas respiratórios são percebidos constantemente, mesmo quando a pessoa está em repouso.

Os sinais mais comuns são:

  • Palpitações (sensação de que o coração está batendo forte ou pulando batidas)
  • Falta de ar
  • Cansaço, mesmo quando em repouso
  • Tosse constante e excessiva à noite
  • Inchaço em diferentes áreas do corpo, como as extremidades e o abdômen
  • Aumento de peso
  • Falta de apetite
  • Indigestão
  • Pulso rápido (taquicardia)
  • Dificuldades para dormir
  • Anemia
  • Dor abdominal (devido ao acúmulo de líquido no fígado e no sistema digestório)
  • Confusão mental
  • Aumento da vontade de urinar durante a noite
  • Palidez
  • Suor frio
  • Dor ou desconforto no peito

    A presença de qualquer um destes sintomas indica necessidade de investigação médica.

Quais são as causas e fatores de risco da insuficiência cardíaca?

Entre as causas da insuficiência estão:

  • Qualquer dano ao músculo cardíaco
  • Hipertensão crônica (pressão alta)
  • Aterosclerose (placas de gordura nas paredes das artérias)
  • Doença de Chagas
  • Infarto
  • Doenças das válvulas cardíacas
  • Cardiopatias congênitas
  • Cardiomegalia (popularmente conhecida como “coração grande”)
  • Taquicardia e outras arritmias
  • Miocardite (inflamação do músculo cardíaco, o miocárdio)

Os seguintes fatores de risco também precisam ser controlados:

Como é o diagnóstico da doença?

O diagnóstico de insuficiência cardíaca é feito pelo médico, através da avaliação dos sintomas, do histórico clínico, exame físico criterioso e de testes que avaliam o ritmo e as batidas do coração, como o eletrocardiograma de repouso e de esforço (ergométrico). O especialista pode ainda solicitar outros exames de imagem, como ecocardiograma, tomografia e ressonância magnética do tórax.

Quando houver sintomas como os citados acima ou suspeita de qualquer alteração cardíaca, deve-se procurar um cardiologista ou clínico geral, que vai avaliar os sintomas apresentados pelo paciente e analisar a necessidade de solicitar testes para estabelecer o diagnóstico.

Palpitações acompanhadas de compressão ou aperto no peito, ou de perda de consciência são graves. Se tiver este tipo de manifestação clínica, procure socorro imediatamente.

Como é o tratamento da insuficiência cardíaca?

O tratamento vai depender do grau da insuficiência e deve ser indicado pelo cardiologista, após analisar a gravidade da doença. Normalmente, é feito com o uso de medicamentos para diminuir a pressão, como o enalapril e lisinopril, por exemplo, associados a diuréticos, como furosemida e hidroclorotiazida.

É muito importante definir o momento ideal para início da intervenção medicamentosa. Alguns pacientes podem precisar de procedimentos mais complexos em casos avançados, quando outros tratamentos não são suficientes. O transplante cardíaco pode ser indicado como terapia substitutiva, sendo uma opção para pacientes selecionados.

São orientados ainda o controle do estresse, da ansiedade, da pressão arterial, do colesterol, dos triglicérides e da glicemia, alimentação baixa em sal, gordura e açúcar e praticar atividade física regularmente.

Como é a prevenção da doença?

Certos cuidados são de importância fundamental para promover a saúde do coração:

  • Pare de fumar (o tabagismo sobrecarrega o coração)
  • Exercite-se regularmente
  • Administre sua carga de estresse (incorpore à sua rotina atividades prazerosas e hobbies)
  • Controle a pressão arterial, ingerindo pouco sal e mais potássio (bananas e batatas são ricas neste mineral) e cálcio (encontrado nos laticínios de baixo teor de gordura, como iogurte e leite desnatado)
  • Modere a ingestão de álcool
  • Diminua o consumo de café, certos tipos de chá, refrigerantes e outras bebidas que contenham cafeína
  • Se tiver histórico familiar de doenças cardíacas, procure um médico e faça check-ups regulares
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