Microcefalia
Crianças portadoras da doença nascem com a cabeça menor do que o esperado
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*Artigo revisado pelo Dr. Fábio Poianas Giannini (CRM 100.689)*
O que é microcefalia?
A microcefalia é definida a partir da mensuração da circunferência da cabeça (também chamada de occipito-frontal) e é considerada uma anomalia em que a cabeça do recém-nascido (o chamado perímetro cefálico) é menor do que o esperado, nos casos leves ou moderados, ou muito menor, naquelas situações consideradas graves.
Ao longo da gestação, a cabeça de um bebê aumenta de volume porque seu cérebro se desenvolve. No entanto, a microcefalia geralmente ocorre quando o cérebro da criança não cresce de maneira adequada durante o período da gestação ou deixa de crescer após o nascimento, o que acaba resultando em uma cabeça pequena e um corpo grande, ou seja, com tronco e membros do tamanho esperado.
A doença pode ocorrer isoladamente, quando não existem outras malformações congênitas consideradas graves, ou há a possibilidade de ocorrer em conjunto com outras malformações. O problema pode ser classificado como primário, aquele que ocorre ao longo da gestação, ou secundário, que acontece depois do nascimento.
Quais são os principais sintomas?
A microcefalia pode ter reflexos em diferentes graus de mudanças nas estruturas do cérebro. Desta maneira, é comum que quem tem a condição apresente alguns comprometimentos neuropsicomotores, assim como problemas de audição e visão, dependendo da gravidade da doença. A condição pode ser relacionada a diversos outros problemas em recém-nascidos, como:
- Convulsões
- Problemas motores e de equilíbrio
- Dificuldades para engolir e se alimentar
- Atrasos no desenvolvimento, como problemas para falar, se sentar, permanecer em pé e andar
- Deficiência intelectual, com menor habilidade para aprender e exercer as atividades diárias
- Problemas auditivos e de visão
Estes sinais costumam variar de leve ou moderado a grave e podem ser permanentes. Alguns bebês com microcefalia grave apresentam mais de um desses problemas, ou têm mais dificuldade para lidar com eles do que os que possuem a condição leve ou moderada, uma vez que têm um cérebro pequeno e subdesenvolvido.
Com a microcefalia, o tempo de vida da criança pode ser impactado e os casos graves podem ser fatais. Como é difícil prever no momento do nascimento quais problemas um bebê com a doença é capaz de desenvolver, é necessário fazer um acompanhamento de perto, com exames realizados regularmente por profissionais de saúde que irão verificar o crescimento e desenvolvimento da criança.
É possível viver com a microcefalia graças a um acompanhamento contínuo na infância. Existem casos de adultos com a doença que levam uma vida praticamente normal.
Quais são as causas e fatores de risco?
O que causa a microcefalia na maioria dos recém-nascidos não tem uma origem conhecida. No entanto, alguns dos fatores de risco podem ser genéticos, o que inclui a presença de variantes genéticas patogênicas ou alterações nos cromossomos.
A doença também pode ser resultante de fatores de risco ambientais, como a infecção gestacional por toxoplasmose, sífilis, rubéola, herpes, citomegalovírus e Zika vírus. Ainda conseguem causar o problema certas doenças ou condições maternas, como diabetes ou desnutrição grave, ou seja, por alimentação insuficiente ou falta de nutrientes.
Outro fator que causa microcefalia na gravidez é a exposição intrauterina a substâncias nocivas como álcool, radiação, determinados medicamentos e outras substâncias tóxicas. A interrupção na irrigação de sangue do cérebro do bebê durante a fase de desenvolvimento também pode acarretar microcefalia.
Muitas vezes, a microcefalia está incluída em um conjunto de anomalias congênitas e alterações neuropsicomotoras causadas por uma infecção intrauterina, a chamada Síndrome Congênita associada à infecção pelo vírus Zika (SCZ).
Como é feito o diagnóstico?
Para o diagnóstico de microcefalia depois do nascimento, o médico deve medir a distância em torno da cabeça do recém-nascido. A medida é comparada ao padrão da população, de acordo com o sexo e a idade.
O exame físico inicial do recém-nascido é procedimento de rotina nas maternidades e deve ser feito em até 24 horas após o nascimento. Este período é considerado um dos principais para identificação de possíveis anomalias congênitas.
Para medir o tamanho da cabeça, o profissional de saúde deve utilizar uma fita métrica inelástica, que é colocada sobre as sobrancelhas e no ponto mais proeminente da parte de trás do crânio.
Caso a cabeça seja assimétrica ou haja alguma proeminência frontal, o profissional deve passar a fita métrica sobre a parte mais proeminente. A utilização das curvas da Organização Mundial da Saúde (OMS) para recém-nascidos é o procedimento mais adequado para identificar e classificar a microcefalia, pois considera o sexo e a idade gestacional no nascimento. Em determinados casos, é necessário medir a cabeça de um bebê depois que ele completou 24 horas de vida. Esse procedimento afasta os efeitos que a compressão, ocorrida no parto, pode ter no perímetro cefálico. Caso o médico suspeite que o recém-nascido tem microcefalia, deve solicitar um ou mais testes para confirmar isso.
Também devem ser realizados exames de imagem e neurológicos para a identificação de anomalias cerebrais, além do exame físico. A chamada ultrassonografia transfontanela é a primeira indicada inicialmente. Já a tomografia pode ser feita quando o tamanho da moleira (chamada de fontanela) impossibilita a realização da ultrassonografia ou nos casos em que ainda persista dúvida diagnóstica após a realização da ultrassonografia.
Muitos pais se perguntam até quantos meses o bebê pode ter microcefalia. Quando os sinais da malformação só se manifestam depois de alguns meses de vida (entre 5 e 10) trata-se da chamada “microcefalia adquirida” .
Como saber se o bebê tem microcefalia na gestação?
É possível diagnosticar o problema durante o pré-natal por meio de exames, como o de ultrassom (em que imagens do corpo do bebê são mostradas).
Em geral, para diagnosticar a doença, o exame de ultrassom deve ser realizado a partir do segundo trimestre e até o início do terceiro trimestre. No entanto, segundo informações do Ministério da Saúde, apenas o médico que está acompanhando a grávida poderá indicar o método de imagem mais adequado para isso.
Microcefalia tem cura? Como é feito o tratamento?
Microcefalia não tem cura. O problema é considerado uma condição permanente, em que não há cura conhecida ou mesmo um tratamento considerado padrão. Mas as complicações decorrentes da microcefalia muitas vezes têm controle.
Como a doença varia de gravidade, os tipos de tratamento também são diversos. Alguns bebês com microcefalia leve ou moderada por vezes não apresentam problemas secundários, além do tamanho menor da cabeça. No entanto, é preciso que eles façam exames de rotina para monitorar o crescimento e desenvolvimento.
Nos casos de bebês com microcefalia grave, são necessários cuidados e tratamentos específicos para os outros problemas relacionados. Muito embora não exista um tratamento específico, há ações de suporte para auxiliar no desenvolvimento do bebê e da criança com microcefalia e ajudam a melhorar e maximizar as capacidades físicas e intelectuais.
Conhecida por intervenção precoce, essa assistência inclui fisioterapia, terapia ocupacional e exercícios de fonoaudiologia, além do acompanhamento com um neurologista infantil, que é o principal responsável por diagnosticar e tratar a doença. Por vezes, medicamentos são necessários para tratar convulsões ou outros sintomas.
Como prevenir a doença?
Uma prevenção primária da microcefalia inclui o combate e prevenção aos fatores de risco para a ocorrência desta anomalia congênita, tais como:
- Combate aos mosquitos Aedes aegypti, a fim de evitar a infecção pelo vírus Zika
- Uso de proteção individual contra picadas, como repelentes
- Uso de roupas de manga longa e calça comprida
- Menos exposição ao amanhecer e anoitecer (horários de maior atividade do mosquito)
- Controle de doenças e condições maternas, como diabetes e hipertensão
- Vacinação para evitar a infecção pela rubéola na gestação
- Abstinência de álcool, tabaco e medicamentos contraindicados durante a gestação
- Uso de preservativos em todas as relações sexuais para prevenir infecções sexualmente transmissíveis, como a sífilis
- Uso de ácido fólico como suplementação alimentar pré-concepcional
Segundo o Ministério da Saúde, as gestantes devem evitar medicamentos não prescritos por profissionais de saúde e realizar todas as consultas de pré-natal recomendadas e exames previstos nesta fase. Além disso, é importante relatar aos profissionais de saúde qualquer mudança percebida durante a gestação.
Com essas medidas, o médico que acompanha a gestação pode fazer o aconselhamento correto sobre os fatores de risco para a ocorrência da microcefalia, bem como orientar a gestante caso haja a presença ou exposição a tais fatores.
Qual a diferença entre microcefalia e hidrocefalia?
Por vezes, as pessoas confundem a microcefalia com a hidrocefalia, doença que se caracteriza pelo acúmulo de líquidos na cabeça. No entanto, os dois problemas são bastante distintos.
Na hidrocefalia, o acúmulo de líquido pode ser causado por um desequilíbrio entre sua produção e reabsorção ou por alguma espécie de obstrução que interrompa sua circulação e drenagem. É possível que a doença afete pessoas de qualquer idade. Porém, ela é mais comum em crianças e idosos.
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