Miopia
Distúrbio visual provoca dificuldade em enxergar objetos distantes com clareza
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O que é miopia?
A miopia é, provavelmente, o distúrbio visual mais comum de todos. Pessoas míopes enfrentam dificuldade em enxergar objetos que estão distantes, pois eles parecem borrados e distorcidos. É um dos chamados erros de refração, assim como o astigmatismo, a presbiopia e a hipermetropia.
O grau de miopia é o que determina a distância em que a falta de nitidez na visão irá começar. Quanto mais alto o grau, mais dificuldade o paciente apresentará para enxergar. Em casos graves, o indivíduo pode deixar de ver itens que estão a poucos centímetros de seus olhos.
Embora os míopes não enxerguem bem de longe, a visão de perto não é afetada e a pessoa pode, por exemplo, ler um livro tranquilamente, sem precisar de óculos ou lentes de contato corretivas.
Em um olho normal, os formatos da córnea e do cristalino são arredondados, o que permite que os raios de luz refratados permaneçam em um único ponto da retina, possibilitando a criação de imagens claras no cérebro. Já na miopia, o formato do olho é mais alongado ou a córnea é mais curva, causando erros de refração e atrapalhando a nitidez das imagens.
Saiba mais sobre Miopia com o oftalmologista Dr. Arthur Aquino
Quais são os principais sintomas?
- Visão embaçada ao tentar focar em objetos distantes
- Não reconhecer itens ou pessoas que estejam distantes
- Dor de cabeça e crises de enxaqueca
- Tontura
- Necessidade de apertar os olhos para conseguir focar no que está distante
- Tensão ocular
- Vontade frequente de piscar ou esfregar os olhos
- Sensação de fadiga ao dirigir
Em crianças, é possível observar também:
- Atenção reduzida
- Na sala de aula, há necessidade de sentar-se mais próximo à lousa para enxergar o que está escrito
- Necessidade de segurar objetos bem próximos ao rosto
- Necessidade de sentar-se muito próximo à televisão para conseguir enxergar
- Queda nas notas
O que causa miopia?
O principal fator de risco para o desenvolvimento da miopia é a hereditariedade. Pessoas míopes costumam ter pelo menos um dos pais com o problema e é esperado que um ou mais filhos também nasçam com a condição.
No entanto, os fatores ambientais, incluindo hábitos diários, também são muito importantes para determinar o surgimento e o agravamento da condição.
Nos tempos atuais, a exposição excessiva a aparelhos eletrônicos, como smartphones, televisões, tablets e computadores, contribui para um estresse visual excessivo. Isso acontece porque, nessas situações, apenas a visão de perto é estimulada.
Outros problemas que podem levar a uma curvatura inadequada dos olhos são:
- Diabetes
- Traumas oculares
- Leitura de perto prolongada (ler um livro por muitas horas sem pausa, por exemplo)
- Falta de exposição à luz solar durante a infância
- Aumento da pressão intraocular
- Estrabismo
- Catarata congênita
- Iluminação escura em ambientes de estudos
- Down e outras síndromes
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da miopia deve ser feito por um médico oftalmologista. Em grande parte dos casos, o problema é detectado na infância, a partir dos quatro anos, quando os olhos começam a crescer mais rápido. A condição evolui e se agrava com a chegada da adolescência e também pode surgir em adultos que possuem diabetes ou que forçam muito a visão.
Para diagnosticar a doença, o oftalmologista testará a maneira com que os olhos do paciente se adaptam à luz. Também é comum que o especialista peça para ler algumas letras e números, de diferentes tamanhos, que permanecem em um painel distante do indivíduo, conhecido como Tabela de Snellen.
Outro teste comum acontece com o uso de um foróptero. Nesses casos, oftalmologista coloca uma série de lentes próximas ao olho do paciente para medir o grau de lente necessária para corrigir o embaçamento da visão.
Como é feito o tratamento?
Existem alguns tipos de tratamento que conseguem aliviar os sintomas da miopia:
Uso de óculos
É possível tratar e corrigir a miopia por meio de métodos muito populares, como os óculos. Os óculos para míopes devem ter as lentes côncavas e com o grau apresentado pelo paciente.
Algumas pessoas com grau baixo conseguem fazer grande parte das atividades do dia sem os óculos, colocando-os só para dirigir ou assistir a um filme. Outras, que possuem um quadro mais grave, provavelmente vão precisar ficar de óculos o dia inteiro.
Uso de lentes de contato
As lentes de contato também são uma opção muito conhecida. Utilizá-las vai depender da adaptação do paciente, pois muitas pessoas podem ter problemas ao colocá-las. Entretanto, as lentes podem ser mais confortáveis porque oferecem uma visão mais ampla do que os óculos.
O uso de lentes também é recomendado para pessoas que praticam atividades físicas de alta intensidade e com alto nível de impacto, como futebol e basquete. Mas é preciso ter atenção com os cuidados que as lentes requerem. Ao não seguir as recomendações do oftalmologista, problemas oculares mais graves, incluindo inflamações e infecções, podem surgir.
Cirurgias a laser
Por fim, existem as cirurgias refrativas a laser, conhecidas como LASIK (laser in situ keratomileusis) ou a PRK (ceratectomia fotorrefrativa) . Nos dois métodos, é utilizado um raio laser para remodelar o formato da córnea por meio da remoção de tecido do olho.
Ambos os procedimentos conseguem corrigir alguns graus de miopia de acordo com a quantidade de tecido da córnea que pode ser removido sem prejudicar a saúde ocular. A taxa de sucesso dessas cirurgias beira os 95%.
O método cirúrgico mais moderno é chamado de SMILE (Small Incision Lenticule Extraction). É uma maneira de tratamento menos invasiva e com um tempo de recuperação muito mais rápido e com incômodo menor para o paciente.
É importante destacar que as cirurgias corretivas não são para qualquer pessoa. Esses procedimentos geralmente são aconselhados para adultos em que o grau da miopia já está estagnado, ou seja, que parou de aumentar.
Como prevenir a miopia?
A Sociedade Brasileira de Oftalmopediatria recomenda alguns hábitos para tentar impedir o surgimento da miopia na infância. É importante, por exemplo:
- Estimular a criança a ficar pelo menos 2 horas por dia na luz natural do sol
- Evitar a exposição contínua de crianças menores de 2 anos a telas como televisão, tablets e smartphones
- Monitorar crianças e adolescentes para evitar o uso excessivo de eletrônicos, mantendo o tempo médio entre 2 e 3 horas por dia
- Incentivar que crianças e adolescentes saiam do quarto e usufruam de outros espaços comuns da casa, principalmente quintais abertos
Em todas as idades, é indicado:
- Fazer uma pausa de pelo menos 30 minutos ao trabalhar com computadores
- Durante essas pausas, evitar mexer no celular e em outros eletrônicos
- Manter as telas pelo menos 30 cm do rosto (cerca de um braço de distância)
- Não usar telas durante as refeições
- Não usar telas pelo menos 1 hora antes de dormir
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