Sudorese
Suor excessivo_ _e constante caracteriza quadros de hiperidrose, que aparecem na infância, adolescência ou idade adulta
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O que é a sudorese?
A sudorese (produção de suor pelo corpo) é normal e corresponde à tentativa do organismo de regular a temperatura corporal por meio da liberação de líquidos. Também chamado de transpiração, o suor é um fluido à base de sal que é liberado pelas glândulas sudoríparas.
No entanto, em algumas situações, quando a transpiração é intensa, com o corpo suando demais, sem que a pessoa esteja em um ambiente muito quente ou tenha praticado atividade física, por exemplo, esse fenômeno é chamado de sudorese excessiva.
A quantidade de suor produzida pelo organismo é regulada pelo sistema nervoso autônomo simpático. Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a sudorese excessiva e constante, até mesmo em repouso, provocada por hiperatividade das glândulas sudoríparas, caracteriza os quadros de hiperidrose, que aparecem na infância, adolescência ou na idade adulta.
Quais são os tipos de hiperidrose?
A hiperidrose pode ser primária ou secundária:
- Hiperidrose primária: também chamada de essencial, tem características genéticas e é diretamente relacionada com o estresse e a instabilidade emocional (a incidência é maior em pessoas da mesma família)
- Hiperidrose secundária: ocorre em decorrência de outras doenças, entre elas, hipertireoidismo, diabetes, obesidade e alterações hormonais
Também é possível classificar a hiperidrose como focal, quando afeta somente uma área do corpo, ou como generalizada, quando atinge o corpo todo.
Ainda conforme a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a hiperidrose primária focal afeta de 2% a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.
Quais são os sintomas de sudorese?
O suor excessivo é um sintoma da hiperidrose, que se manifesta nas mãos, pés, axilas, rosto, sob as mamas, na região inguinal (virilha) e no couro cabeludo, partes do corpo que contêm maior número de glândulas sudoríparas. Nas hiperidroses primárias de fundo emocional, os sintomas desaparecem durante o sono ou sedação.
Sudorese em quantidades normais é um processo corporal essencial. A transpiração normal é aquela que não interfere na realização das atividades diárias e nem causa desconforto.
As áreas do corpo que mais liberam suor são:
- Axilas
- Rosto
- Palmas das mãos
- Solas dos pés
- Cabeça
- Virilha
O que causa sudorese?
Há registros de casos de hiperidrose em qualquer idade, desde bebês até idosos.
As principais causas de suor excessivo são:
- Genética (histórico familiar de hiperidrose)
- Emocionais (estresse, ansiedade, síndrome do pânico)
- Febre
- Menopausa
- Gravidez
- Hipertireoidismo
- Diabetes
- Tuberculose
- Doenças que afetem o sistema nervoso, como Parkinson
- Artrite reumatoide
- Consumo frequente e excessivo de bebida alcoólica ou outras drogas
- Câncer, como linfoma ou leucemia
- Feocromocitoma (tumor nas glândulas adrenais)
- Obesidade
- Problemas cardiovasculares
- Hipertensão
- Efeito colateral de medicamentos
Certas situações também são capazes de provocar sudorese, como calor, comidas apimentadas ou prática de exercícios físicos. O suor excessivo das mãos pode acontecer em episódios de tensão ou nervosismo, como em uma entrevista de emprego ou devido à realização de uma prova, em contexto de ansiedade ou medo.
Quando a sudorese é preocupante?
A hiperidrose, caracterizada pelo suor excessivo (sudorese), não é uma doença grave, mas consegue comprometer qualidade de vida e ter implicações nas atividades sociais, escolares ou profissionais. É interessante procurar ajuda médica para identificar o seu caso e fazer o tratamento adequado, para não deixar o problema afetar a sua rotina.
Tratar a hiperidrose é uma forma de corrigir a produção excessiva de suor, mas não vai acabar com o estresse e a ansiedade, nem com a instabilidade emocional. O acompanhamento psicoterápico também é uma boa opção para controlar a sudorese.
Como investigar a sudorese?
O diagnóstico clínico é baseado nos sintomas do paciente e no seu histórico médico. A consulta com o especialista (endocrinologista ou dermatologista) também deve investigar a hipótese de hiperidrose secundária provocada por alguma doença de base.
Se o indivíduo não tiver essas condições crônicas já diagnosticadas, exames de laboratório e imagem podem ser solicitados para identificar a causa dos suores excessivos.
Como tratar a doença?
Os médicos mais indicados para procurar em caso de suor excessivo são os clínicos gerais, dermatologistas ou endocrinologistas, se as causas forem hormonais, que podem indicar os procedimentos mais adequados.
Os desodorantes antitranspirantes (geralmente com hidróxido de alumínio, substância que obstrui ou contrai as glândulas sudoríparas, diminuindo o suor) são indicados no caso de suor excessivo e seu odor nas axilas. Porém, seu efeito é limitado, sendo necessário reaplicar depois de algumas poucas horas. Uma opção natural é a pedra hume, que também é antitranspirante.
Ainda existem discos absorventes destinados às axilas e palmilhas absorventes para o suor excessivo nos pés.
O tratamento costuma ser clínico ou cirúrgico. Nos casos mais leves, são prescritos medicamentos por via oral e de uso tópico.
Alguns remédios recomendados pelo especialista para o suor excessivo são os fármacos glicopirrolato ou a oxibutinina, da classe dos anticolinérgicos (agem reduzindo a produção do suor e são tomados diariamente, de acordo com a orientação médica).
Os antidepressivos também podem ser prescritos pelo médico psiquiatra nos casos mais graves, para ajudar a reduzir a ansiedade que aumenta a produção de suor. Geralmente, são receitados quando outras formas de tratamento não foram eficazes para reduzir a sudorese.
A aplicação de toxina botulínica (botox) também ajuda a controlar a sudorese excessiva nas axilas, palma das mãos, sola dos pés, virilhas ou couro cabeludo, pois age bloqueando a produção de suor pelas glândulas sudoríparas do local. No entanto, o efeito das injeções é limitado, em média por seis meses, e precisam ser repetidas.
A iontoforese é feita com a aplicação de agentes ionizantes na região da pele, com suor excessivo, utilizando uma corrente elétrica para facilitar a absorção destas substâncias na pele. Esses íons, quando absorvidos, vão diminuindo gradualmente a transpiração no local da pele onde foram aplicados.
O tratamento deve ser feito pelo médico de 2 a 3 vezes por semana, por cerca de 10 a 15 minutos, e, que, posteriormente vai sendo alterado para sessões quinzenais ou mensais. A iontoforese não é um tratamento definitivo, por isto, deve ser feita regularmente para gerar resultados esperados.
Quadros mais graves, no entanto, exigem intervenção cirúrgica para a retirada das glândulas sudoríparas das axilas, ou de gânglios da cadeia simpática (simpatectomia) por via videoendoscópica. A cirurgia para controle da hiperidrose é realizada por meio de duas pequenas incisões, quase não deixa cicatrizes e pode representar a cura definitiva para a doença.
Como prevenir a sudorese?
Para evitar este tipo de incômodo em situações indesejadas, como encontros ou reuniões, é indicado lavar as mãos com água e sabão frequentemente e carregar lenços de papel ou gel antibacteriano para deixar as mãos limpas e secas.
Evitar o estresse exagerado, com terapias alternativas (como yoga, aromaterapia ou acupuntura), consegue ajudar a diminuir o suor nestas ocasiões normais de ansiedade. Além disso, existem receitas caseiras naturais que auxiliam com o suor, como o chá de sálvia.
Ainda é recomendado cultivar hábitos saudáveis para manter a qualidade de vida e prevenir doenças crônicas que resultam em sudorese, com as seguintes práticas:
- Evitar o uso abusivo de álcool
- Não ingerir drogas
- Controlar o peso e manter alimentação balanceada
- Agendar consultas e exames regularmente, para realizar check-ups médicos de rotina
- Cuidar da saúde mental
- Tomar medicação somente com prescrição e acompanhamento médico
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