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Tétano

Infecção bacteriana grave causa rigidez e espasmos musculares

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O que é tétano?

O tétano é uma doença infecciosa grave causada pela bactéria Clostridium tetani. Não é transmitida de pessoa para pessoa e o contágio acontece, na maior parte das vezes, quando o indivíduo possui lesões na pele ou nas mucosas e tem contato com fezes de animais ou seres humanos, plantas e outros objetos contaminados, incluindo pregos, arames e cercas.

A doença causa sintomas típicos, como rigidez dos braços e das pernas e espasmos musculares, principalmente no rosto, gerando uma espécie de riso convulsivo e involuntário.

É uma condição potencialmente fatal se o paciente não procurar atendimento médico o quanto antes. As chances de morte dependem do tamanho da ferida, da idade da pessoa contaminada, além de outros problemas, como complicações renais e respiratórias.

Casos graves de tétano que não levarem a óbito podem deixar sequelas, como fraturas ósseas, principalmente nas vértebras, devido às contrações musculares e hipertensão arterial.

Quais são os principais sintomas?

A bactéria causadora do tétano produz uma toxina que atinge o sistema nervoso central. Isso resulta em sintomas como:

Em média, o tempo de incubação da doença é de 5 a 10 dias. Quanto menor for o período de incubação, maior é a gravidade da doença. Em alguns quadros, os espasmos podem atingir os músculos respiratórios e causar a morte do paciente.

Quais são os meios de transmissão do tétano?

Muitas pessoas acreditam que o tétano é causado pela ferrugem, especialmente em pregos. E, embora objetos de metal enferrujados sejam potenciais transmissores da doença, isso não acontece por conta da oxidação do material.

O tétano é causado pela bactéria Clostridium tetani, que forma esporos muito resistentes nos mais diversos tipos de objetos e superfícies, e em fezes humanas e de animais, com potencial para permanecerem ativos por anos.

A ferrugem presente em um prego ou em uma cerca, por exemplo, facilita o alojamento da bactéria. Além disso, se o objeto está oxidado, pode significar que ele foi exposto a poeiras, solo, sujeiras e excrementos contaminados. Mas isso também é capaz de acontecer com qualquer outro tipo de material que não esteja enferrujado.

Como os esporos são duradouros, a transmissão para o ser humano também ocorre se houver contato com terra, plantas, fezes e outros locais contaminados. No entanto, é importante destacar que o contágio só acontece se houver uma lesão na pele, como cortes, arranhões, mordidas de animais e vários outros tipos de feridas.

Por isso, pregos, serras, arames, cercas e outros objetos cortantes que estiverem infectados são um grande vetor de transmissão, pois a pessoa pode se machucar ao manuseá-los e, assim, se contaminar.

Outros objetos ligados ao tétano são:

  • Cacos de vidro
  • Latas
  • Ferramentas agrícolas
  • Galhos de árvore
  • Espinhos de plantas
  • Entulhos de construção
  • Pedaços de móveis
  • Destroços resultantes de desastres como enchentes, deslizamentos e vendavais

O que é tétano neonatal?

Existem dois tipos de tétano: o tétano acidental, que ocorre pelos meios de transmissão citados acima, e o tétano neonatal.

Esse segundo quadro acomete recém-nascidos até os 28 dias de vida e é causado pela mesma bactéria. No entanto, a transmissão acontece pela manipulação inadequada do cordão umbilical, seja no parto ou nos primeiros dias de vida do bebê.

Filhos de mães vacinadas com três doses do imunizante antitetânico apresentam imunidade passiva (passada durante a gestação) até os dois meses de vida e, portanto, não se contaminam.

Os sintomas do tétano neonatal são:

  • Dificuldade para abrir a boca e mamar
  • Irritabilidade
  • Choro excessivo
  • Espasmos musculares espontâneos ou que acontecem ao encostar na criança
  • Febre baixa ou inexistente

Já os fatores de risco incluem:

  • Baixa cobertura vacinal em mulheres em idade fértil
  • Partos domiciliares feitos por parteiras ou outras pessoas sem capacitação e sem instrumentos devidamente esterilizados
  • Ausência de pré-natal ou acompanhamento de baixa qualidade durante a gravidez
  • Acompanhamento médico deficiente durante os primeiros dias de vida do recém-nascido
  • Alta hospitalar precoce
  • Cuidados e higiene inadequados na região do coto umbilical da criança

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de tétano é totalmente clínico. Ou seja, o médico (um clínico geral ou um infectologista) consegue confirmar a doença analisando os sintomas, o histórico e possíveis feridas no paciente por onde a bactéria pode ter penetrado.

O tétano pode ser confundido com outras condições, como meningite, raiva ou doença do soro. É necessário certificar-se da presença dos sinais clássicos da doença, como trismo, espasmos musculares involuntários e rigidez muscular.

O profissional ainda pode questionar sobre a vacinação do paciente e a exposição a fatores de risco nos últimos dias. Exames de sangue, como o hemograma, normalmente são solicitados para acompanhamento do tratamento, assim como outros testes laboratoriais.

Tétano tem cura? Como é feito o tratamento?

Apesar da gravidade e da chance de ser fatal, o tétano tem cura. É necessário que o paciente preste atenção se existem lesões na pele e nas mucosas. Se houver, o indicado é lavar a região com água e sabão e procurar atendimento médico para avaliação.

O tratamento para o tétano envolve o uso de antibióticos, relaxantes musculares, sedativos e imunoglobulina antitetânica ou soro antitetânico para neutralizar a toxina da bactéria. É recomendado que casos confirmados da doença sejam transferidos para uma unidade de tratamento intensivo (UTI), onde há o suporte técnico adequado para conduzir e tratar possíveis complicações.

É importante também que o quarto de internação seja individual, com pouco barulho, mínima iluminação e temperatura ambiente estável.

Como prevenir o tétano?

A melhor forma de prevenir o tétano é pela vacinação. Existem quatro vacinas contra a doença disponíveis no Brasil, e elas induzem proteção por meio de anticorpos IgG (moléculas de defesa conhecidas como “anticorpos de memória”, que protegem contra microrganismos que já foram detectados no corpo anteriormente).

Crianças com até cinco anos devem tomar uma dose da vacina tríplice bacteriana (protege conta tétano, difteria e coqueluche) e, depois dessa idade, recebem a vacina dupla (contra difteria e tétano). O imunizante duplo também é recomendado para adultos e uma dose de reforço deve ser aplicada em todas as pessoas a cada 10 anos para garantir a proteção.

É importante destacar que ter tétano uma vez não garante imunidade contra a doença. Por isso, a vacina é essencial para evitar o contágio. Outras maneiras de prevenir a infecção são:

  • Limpar ferimentos com água e sabão para evitar a penetração da bactéria
  • Procurar não se machucar ou se perfurar com objetos não esterilizados, como pregos, vidro, arame e agulhas
  • Evitar atravessar enchentes. Se realmente for necessário, usar botas, luvas e roupas compridas
  • Utilizar equipamentos de proteção individual como botas, luvas e capacetes em áreas agrícolas ou na construção civil
  • Não ter contato com entulho e destroços resultantes de catástrofes como fortes chuvas, vendavais e deslizamentos
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