Varíola
Doença é considerada erradicada, mas a conscientização é essencial para evitar novos casos
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O que é a varíola?
A varíola é um quadro infeccioso, altamente contagioso e potencialmente mortal. É causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae e é conhecida também como varíola humana, varíola comum ou “bexiga”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há casos registrados da doença desde 1977. Oficialmente, a varíola é considerada erradicada desde 8 de maio de 1980, após uma intensa campanha mundial de vacinação, que envolveu todos os países.
Embora o vírus não esteja mais em circulação, continua sendo recomendado que a população conheça os sintomas, os meios de transmissão e a gravidade da enfermidade, declarada como a mais devastadora da história.
Estima-se que, apenas no século XX, entre 1900 e 1980, a varíola foi responsável por matar mais de 300 milhões de pessoas. Esse é um número superior a outras doenças que também causaram grandes pandemias, como a tuberculose, a gripe espanhola, a peste bubônica e a Aids.
Existem dois tipos da infecção: a varíola maior é considerada mais grave e mais acentuada, com índice de mortalidade em cerca de 30% dos casos; já a varíola menor é mais leve, levando a óbito apenas 1% dos pacientes.
Quais são os principais sintomas?
No geral, os sintomas surgem entre 12 e 14 dias após a infecção. Durante esse período de incubação, o indivíduo não apresenta sinais de que está doente e não consegue transmitir o vírus para outras pessoas.
Os sintomas iniciais podem ser confundidos com o de uma gripe comum, porque incluem:
- Febre
- Mal-estar
- Dor de cabeça
- Dor no corpo
- Dor abdominal
- Fadiga
- Vômito
Depois, o vírus se espalha pelo sistema linfático, causando:
- Manchas vermelhas na pele
- Bolhas (pústulas) repletas de líquido que aparecem em todo o corpo, incluindo a parte interna da boca e do nariz
As pústulas podem fazer com que a varíola inicialmente seja confundida com a catapora. No entanto, as bolhas da catapora apresentam tamanhos e fases diferentes, enquanto as da varíola surgem todas ao mesmo tempo e no mesmo estágio.
É também por conta dessas bolhas que a condição também é conhecida como “bexiga”. Quando elas estouram, formam feridas e crostas capazes de deixar cicatrizes profundas.
Quais são as complicações da varíola?
A varíola consegue atingir vários órgãos, como coração, pulmão e ossos. Dessa forma, algumas das possíveis complicações incluem:
- Encefalite
- Artrite e outras infecções nos ossos
- Infecções oculares
- Cegueira permanente
- Pneumonia
- Sangramento intenso
- Infecção nas feridas
- Convulsões
Nas formas graves, cerca de 30% dos pacientes morrem geralmente na segunda semana de infecção. Os que sobrevivem podem enfrentar cegueira e ter cicatrizes desfigurantes em grande parte do corpo.
Quais são os meios de transmissão?
A varíola tem um potencial altamente contagioso. O principal meio de transmissão é de pessoa para pessoa, por meio da fala, tosse ou espirro de um indivíduo contaminado. Nesse caso, é necessário ter contato direto prolongado com o vírus.
Também é possível ficar doente por meio de contato indireto. É menos comum, mas esse tipo de vírus é capaz de se espalhar pelo ar, principalmente por sistemas de ventilação em edifícios, infectando pessoas em diferentes locais.
Outra maneira de contrair a doença é tendo contato com objetos contaminados, como lençóis e roupas de um paciente. Também é incomum que isso aconteça, no entanto, estima-se que o Orthopoxvirus variolae pode sobreviver por até 24 horas em superfícies propícias.
Existem fatores de risco para varíola?
O principal fator de risco para contrair varíola era não estar imunizado e ter contato com uma pessoa doente.
Atualmente, não existem condições que contribuam para a contaminação, já que a doença está erradicada e o último caso foi documentado em 1977, na Somália. Inclusive, as vacinas não são mais distribuídas para a população, pois como o vírus não está circulando, a imunização não é mais necessária.
Como é feito o diagnóstico?
Os médicos (frequentemente clínicos gerais ou infectologistas) suspeitavam de varíola quando o paciente apresentava as manchas e bolhas características da doença, sobretudo quando havia um surto acontecendo em região próxima.
Para confirmar o diagnóstico, era necessário coletar uma amostra das bolhas e checar em um microscópio a presença do vírus da varíola. Em algumas situações, os profissionais enviavam essas amostras para um laboratório, que as cultivada para, posteriormente, analisar o agente.
Outra maneira de diagnosticar a enfermidade era coletar líquido das bolhas e fazer uma análise com objetivo de identificar o material genético (DNA) do vírus.
Varíola tem cura? Como é feito o tratamento?
Não existe cura para varíola, nem qualquer tipo de tratamento específico. Os médicos apenas tratavam os sintomas e buscavam aliviar as dores, além de manter o paciente hidratado. Em quadros infecciosos, antibióticos podiam ser administrados, mas sem muitas chances de obter um resultado positivo.
Se a vacina fosse aplicada entre um e quatro dias após a exposição, era possível que a pessoa não apresentasse os sintomas da doença ou tivesse um quadro mais leve.
Pessoas que estivessem doentes ou tivessem tido contato com um infectado precisavam ficar isoladas para não transmitir a enfermidade.
Como prevenir a varíola?
A principal maneira de prevenir a contaminação era por meio da vacinação. No entanto, houve um longo caminho para que as pessoas pudessem ser devidamente vacinadas e a doença erradicada.
Em 1796, as pesquisas de Edward Jenner criaram um método de imunização semelhante com o que temos hoje em dia. Ele injetou uma dose de varíola bovina em uma criança saudável, que contraiu a condição, mas de maneira branda. Posteriormente, ele injetou o vírus da varíola humana na mesma criança, que não desenvolveu a enfermidade.
Com o passar dos anos, as práticas foram se aperfeiçoando, e a vacina contra a varíola se tornou obrigatória em várias regiões. No Brasil, o imunizante passou a ser exigido para crianças a partir de 1837 e para adultos em 1846. No entanto, a lei só começou a ser cumprida de fato em 1904, por influência do médico Oswaldo Cruz. Esse episódio deu origem à Revolta da Vacina, no Rio de Janeiro, neste mesmo ano.
A erradicação da varíola só foi possível graças a uma campanha global de vacinação criada pela OMS em 1967. As ações tinham como objetivo a imunização em massa da população, em todos os países. Após 10 anos, em 1977, o último caso da enfermidade foi registrado na Somália e, em 1980, a condição foi declarada extinta.
Hoje em dia, a vacina contra varíola não faz mais parte do calendário básico do Brasil justamente porque o vírus não está mais em circulação. Entretanto, é essencial que a conscientização sobre a doença continue para evitar qualquer possibilidade de novos quadros no futuro.
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