Abril Azul 2025: Mês de Conscientização sobre o Autismo
27 de março de 2025
ONU estabeleceu a data para dar visibilidade ao Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Muito provavelmente, você já ouviu falar sobre autismo. Nos últimos anos, os diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) aumentaram bastante.
Mesmo assim, o tema ainda é um tabu em muitos ambientes familiares. As pessoas continuam a ter uma visão errada do que é esse distúrbio, sem conhecer as características de um indivíduo neuroatípico ou neurodivergente (com o desenvolvimento neurológico fora do padrão considerado convencional).
No nosso país, ainda há muitos brasileiros sem as devidas informações sobre o assunto, que acabam por reproduzir falas tidas como “capacitistas” (com sentidos equivocados e pejorativos em relação à pessoa com deficiência – PCD) e atrapalhando ainda mais o avanço desta área da saúde.
Em todo o mundo, as pessoas com transtorno do espectro autista são frequentemente sujeitas à estigmatização, discriminação e violações de direitos humanos. Globalmente, o acesso aos serviços e apoio a elas é inadequado.
Por isso, é preciso esclarecer as principais dúvidas sobre essa questão tão relevante para a saúde mental e prevalente para a nossa sociedade. A Campanha Abril Azul é realizada pelas entidades sociais e instituições de saúde justamente para ampliar a conscientização sobre o autismo.
Durante o mês de abril, diversas ações são desenvolvidas para informar a população sobre o TEA, desmistificar conceitos equivocados e promover a inclusão e o respeito às pessoas com o transtorno. A campanha busca sensibilizar a sociedade para a importância da aceitação, empatia e entendimento das necessidades das pessoas com a condição.
Como surgiu o mês Abril Azul?
O preconceito com pessoas autistas ainda é muito presente na sociedade, devido, especialmente, à falta de informação sobre o transtorno. Por isso, o Abril Azul, desde 2007, busca trazer mais conhecimento sobre o assunto para apoiar pais, educadores e responsáveis a reconhecer sinais do autismo e iniciar o tratamento o quanto antes, criando uma sociedade mais inclusiva e acolhedora.
Nos últimos anos, a condição tem ganhado uma visibilidade maior, trazendo à tona diversas dúvidas sobre o diagnóstico, que deve ser feito por profissional especialista em saúde mental, a partir da observação do comportamento do paciente. Na infância, é indicado procurar um pediatra de confiança para verificar a necessidade de encaminhamento a um neuropediatra ou outra especialidade.
Em fases da vida mais desenvolvidas, o diagnóstico mais garantido vem estabelecido por um médico psiquiatra a partir de parâmetros clínicos e entrevistas. O tratamento é psicológico, auxiliado por fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, neuropsicólogos e psicopedagogos para melhorar o desenvolvimento em variados desafios psicomotores, de fala, mobilidade e aprendizagem.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é apontado como um problema de saúde pública internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pois é uma condição que altera o neurodesenvolvimento da pessoa. Assim, prejudica a organização de pensamentos, sentimentos e emoções, o que compromete a comunicação e a interação social do indivíduo.
O termo “espectro” foi inserido ao nome do transtorno autista em 2013, por conta da diversidade de sintomas e níveis que as pessoas apresentam. Cada paciente com autismo tem seu próprio conjunto de manifestações, tornando-o único dentro do espectro.
Uma a cada 36 crianças é diagnosticada com TEA nos Estados Unidos, de acordo com o CDC (Center of Deseases Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças). No Brasil, não existem dados oficiais, mas estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas tenham autismo, muitos sem diagnóstico e tratamento adequados.
Segundo dados da OMS, hoje essa condição atinge 1 em cada 160 crianças do planeta. Conforme levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU), há cerca de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo.
A classificação do transtorno evoluiu na última década, com os diagnósticos acontecendo de forma cada vez mais precoce. No entanto, mais estudos são necessários para ampliar o conhecimento sobre os diferentes graus do distúrbio e permitir tratamentos mais individualizados e efetivos.
A condição ocorre em todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos, e é 4 vezes mais comum entre meninos do que entre meninas. A dificuldade no diagnóstico e a falta de conhecimento mais aprofundado sobre os sintomas do autismo ainda são desafios muito presentes que precisam ser combatidos em todo o globo.
Dia Mundial de Conscientização do Autismo: 2 de abril
A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 2007 a data de 2 de abril como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, ou apenas Dia do Autismo, com objetivo de alertar e ampliar o debate sobre o preconceito. Desde o primeiro evento, a mobilização vem provando ser uma excelente ferramenta de quebra de discriminação e de falta de informação.
Alguns dos principais símbolos do autismo são:
Cor azul
Escolhida para representar os meninos, porque a incidência é maior entre eles, em torno de 75%.
Laço
Usado para demonstrar os locais especiais reservados para aqueles que possuem autismo.
Fita
Demonstra que é possível alguém com autismo viver a vida de forma plena e funcional.
Quebra-cabeça
Denota sua diversidade e complexidade, além da dificuldade de se encaixar na sociedade – criado em 1963 pela National Autistic Society, no Reino Unido.
Infinito colorido
Conota as diferenças do espectro autista.
O que é Transtorno do Espectro Autista (TEA)?
O autismo não é considerado uma doença, mas uma condição neurológica que compromete a interação social, a fala e o comportamento do indivíduo em diversos níveis. Assim, é possível dizer que pessoas autistas têm dificuldades nessas áreas.
Esse transtorno mental de desenvolvimento causa problemas na:
- Linguagem
- Comunicação
- Comportamento
- Interação social
Ela não é uma condição uniforme, pois não se apresenta de forma semelhante em todas as pessoas com o diagnóstico. Enquanto alguns indivíduos com autismo realizam a maioria das tarefas do cotidiano sem apoio, outros necessitam de auxílio até em atividades consideradas simples.
Devido a essas diferenças de grau de distúrbio e limitações bastante diversas entre si, do nível mais leve ao mais grave, o autismo recebeu o nome completo de Transtorno do Espectro Autista (TEA) em 2013, no lançamento da quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V).
Ou seja, há uma complexidade muito grande relativa aos sinais e sintomas do transtorno. Os sinais aparecem, em geral, nos primeiros 5 anos de vida, e é por isso que pais, responsáveis e educadores precisam estar atentos.
Alguns comportamentos para ligar o alerta são:
- Não conseguir manter contato visual por mais de 2 segundos
- Não atender quando chamado pelo nome
- Dificuldade de comunicação verbal e não-verbal
- Dificuldade em socializar com outras crianças
- Costume de alinhar objetos
- Brincar de forma não convencional com alguns brinquedos
- Repetir frases ou palavras em momentos inadequados
- Dificuldade de usar a imaginação, pois as crianças com TEA têm a tendência de compreender tudo literalmente, “ao pé da letra”
- Presença de comportamentos repetitivos
- Sentidos aguçados, como incômodo com texturas e barulhos altos e repetitivos
Se esses sinais estiverem presentes, é preciso buscar ajuda médica. A ciência e os especialistas podem avaliar e estudar melhor os graus de autismo a partir da consideração dos sintomas apresentados.
O diagnóstico detalhado de um caso só deve ser estabelecido por um psiquiatra, após avaliação criteriosa.
O que significa Abril Azul e Verde?
O quarto mês do ano, no calendário da saúde, é relacionado a duas cores: azul e verde.
Abril Azul é um movimento que visa aumentar a conscientização sobre o autismo, enquanto o Verde simboliza a conscientização da população sobre a importância da saúde e segurança no trabalho. Ambos representam importantes causas e buscam promover a compreensão, sensibilização e a solidariedade em relação a essas questões.
O Abril Verde é uma campanha de alerta sobre segurança no trabalho, tendo como foco a prevenção de acidentes e lesões e de outras doenças relativas às funções laborais.
Saúde é coisa séria. Por isso, caso precise de ajuda, busque um médico do trabalho, psicólogo ou psiquiatra perto de você, da sua familia ou empresa o quanto antes!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Organização Pan-Americana da Saúde – Transtorno do espectro autista
American Psychiatric Association – What Is Autism Spectrum Disorder?
National Library of Medicine – Autism Spectrum Disorder
National Institute of Mental Health – Autism Spectrum Disorder
Autism Speaks – Pervasive Developmental Disorder – Not Otherwise Specified (PDD-NOS)

Escrito por Vale Saúde
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