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Saúde e Bem-estar

Anemia não é só falta de feijão no prato

22 de março de 2023

anemia não é só falta de feijão no prato

A má alimentação é uma das causas da anemia, mas não é a única

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“Você precisa comer feijão!”, “Coma fígado porque tem ferro e faz bem pra saúde!”.

Frases como estas são velhas conhecidas de quem tem pais, tios, avós ou responsáveis preocupados com a nossa saúde, não é mesmo? E se dissermos que elas não estão 100% certas e nem totalmente erradas?

Mas, nós não estamos aqui para discutir com quem mais zela por nós e sim para esclarecer o que é a anemia, doença que, de acordo com uma pesquisa da UFSCar (Universidade Federal de São Paulo) em 2021, atinge pelo menos 1 em cada 3 crianças brasileiras.

Conheça quais são os tipos de anemia, os sintomas mais comuns e os tratamentos.

O que é a anemia?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia é a ausência ou a quantidade insuficiente de hemoglobina (proteína que constitui as hemácias – nome dado às células que estão no sangue). Considerando que a hemoglobina é responsável pelo transporte de oxigênio no sangue, níveis insuficientes dela prejudicam o pleno funcionamento de nossos órgãos e tecidos.

A palidez está entre os sintomas mais característicos da anemia, mas o cansaço, o sono e até as tonturas podem estar relacionados à doença.

Por isso, é tão importante marcar uma consulta com um médico. Fazer exames de rotina, como o hemograma completo, por exemplo, para apoiar o diagnóstico, assim como a recomendação de tratamento mais adequado considerando o tipo de anemia do paciente.

Tipos de anemia

Anemias causadas pela carência de nutrientes

São 2 tipos de anemias nutricionais e, em linha geral, podemos dizer que estão associadas à má alimentação. Ou seja, a falta de ferro, vitamina B12 e ácido fólico fazem com que a produção de hemoglobina não seja adequada ou até suficiente e, assim, o transporte de oxigênio no sangue é prejudicado.

A anemia ferropriva é o tipo mais comum em nossa sociedade. É causada pela falta de ferro no sangue, geralmente consequência de uma alimentação com baixo consumo do mineral, presente no feijão – lembra do início deste texto? -, em carnes, legumes e vegetais verde-escuros, pela perda de sangue ou até mesmo pela má absorção de ferro pelo corpo.

Este tipo de anemia é mais comum em crianças e adolescentes, como também em mulheres em idade fértil, gestantes, lactantes (mulheres que amamentam), pacientes que se submetem a cirurgias bariátricas ou vegetarianos, pois costumam ter uma alimentação bem restritiva.

Já a anemia megaloblástica está relacionada à falta de vitamina B12 e ácido fólico, que são fundamentais para o pleno funcionamento do sistema nervoso. Entre as causas mais comuns para a anemia megaloblástica estão: má alimentação, problemas na absorção de nutrientes durante a digestão ou ao uso de medicamentos para o tratamento de doenças como o câncer.

A chance de ter anemia megaloblástica costuma ser maior para as pessoas que tratam gastrite crônica ou úlceras, idosos e quem fez cirurgia bariátrica.

Anemias causadas por doenças autoimunes ou crônicas

Pessoas que tenham algum tipo de doença autoimune, como o lúpus, por exemplo, têm grandes chances de desenvolver a anemia hemolítica autoimune. Ou seja, o próprio corpo acaba produzindo anticorpos que prejudicam o trabalho das hemácias.

A anemia hemolítica autoimune (AHAI) pode ser diagnosticada em qualquer idade, mas é mais comum nos adultos e geralmente é adquirida em decorrência de doenças viras ou do câncer.

Já a anemia causada por uma doença crônica está diretamente relacionada às infecções, ao câncer, doenças renais e aos tipos de diabetes mais graves. Os processos inflamatórios decorrentes das doenças crônicas acabam prejudicando a produção das hemácias ou até impedindo a correta absorção de ferro pelo corpo.

Não há como falar em idade específica, mas sim que pessoas que apresentam problemas renais, diabetes e câncer acabam tendo uma probabilidade maior de ter este tipo de anemia.

Anemias hereditárias

As anemias hereditárias são aquelas que herdamos dos nossos pais. Os principais tipos são a anemia falciforme e a anemia talassemia. É muito comum que as anemias hereditárias sejam descobertas no nascimento, por meio do exame do pezinho, ou ainda na primeira infância (até a criança ter aproximadamente 6 anos).

Tanto a anemia falciforme quanto a anemia talassemia são reflexos de uma mutação genética e, para tê-las, é preciso que o gene seja herdado do pai e da mãe. Caso pai ou mãe possuam o gene, não é certo que os filhos venham a desenvolver a doença.

Independentemente do tipo de anemia, falciforme ou talassemia, o acompanhamento médico se faz necessário para garantir que outras doenças não se desenvolvam.

Anemias causadas por problemas na medula óssea

A anemia aplástica ou aplastia medular é o tipo mais raro de anemia. Ela pode ser adquirida ao longo da vida por causas ainda não identificadas pela medicina ou até mesmo provocada por tratamentos como quimioterapia e uso de materiais à base de substâncias químicas tóxicas, como os agrotóxicos.

A anemia aplástica é adquirida quando há uma redução ou dificuldade para produção das hemácias (glóbulos vermelhos), dos leucócitos (glóbulos brancos) e das plaquetas. Ou seja, o sistema imunológico, de defesa do nosso corpo, fica sem qualquer proteção.

Existem casos que acabam sendo herdados dos pais, mais são raros, e os decorrentes de doenças como HIV, hepatite e lúpus. Os médicos dividem esse tipo de anemia em uma escala de moderada, grave e muito grave, o que pode gerar a necessidade de transfusões de sangue e ao transplante de medula óssea, em uma situação extremamente crítica.

Quais são os principais sintomas de anemia?

Entre os sintomas mais comuns dos adultos com anemia estão:

  • Palidez
  • Cansaço
  • Sonolência
  • Tontura
  • Falta de ar
  • Taquicardia e palpitações no coração

As crianças com anemia podem ter o desenvolvimento prejudicado, dificuldade na aprendizagem e mais facilidade para ter infecções, visto que o sistema imunológico é bastante afetado.

Cada tipo de anemia também pode ter sintomas específicos, como:

Anemia falciforme

O tipo mais comum no Brasil e que impacta muitas crianças é caracterizado pela cor amarelada da pele (icterícia), inchaço nos pés e algumas feridas nas pernas.

Anemia megaloblástica

A pessoa com este tipo de anemia, caracterizada pela carência de vitamina B12, geralmente apresenta a pele amarelada, se irrita com facilidade e tem também uma fraqueza muscular acompanhada de câimbras e formigamentos.

Talassemia

Este tipo de anemia hereditária é caracterizado, além dos sintomas já citados no tópico acima, um inchaço considerável na barriga devido ao aumento do baço e do fígado. Os ossos do rosto também ficam mais evidentes e os dentes têm um crescimento muito mais lento do que o normal.

Anemia hemolítica

Pacientes que desenvolvem a hemolítica costumam ter a cor da urina alterada, bem mais escura do que o normal, dor muscular podendo evoluir para febres e coriza.

Quais são os tratamentos para a anemia?

Considerando que existem vários tipos de anemia e que as causas são as mais variadas, em um primeiro momento é fundamental contar com apoio médico e realizar exames específicos para entender a razão dos níveis diferenciados de hemoglobina no sangue.

Com um diagnóstico preciso, o médico pode indicar o melhor tratamento.

No caso das anemias causadas pela falta de nutrientes, o foco provavelmente estará em estabelecer uma dieta com grande presença de ferro (anemia ferropriva) e vitamina B12 (anemia megaloblástica). Assim, o consumo de carnes vermelhas e brancas acompanhado de muitas folhas verde-escuras, legumes e feijão pode ser recomendado. Leite, ovos e cereais também podem complementar o cardápio.

As anemias hereditárias (falciforme e talassemia) não têm cura, mas demandam um acompanhamento constante e o processo de transfusões de sangue é muito comum. Os médicos ainda recomendam que os portadores de anemia falciforme e talassemia evitem exercícios físicos que demandem muita força e mantenham uma dieta rica em nutrientes e vitaminas.

Já os tipos de anemia causados por doenças autoimunes ou crônicas, além de um acompanhamento médico constante, também podem considerar o uso de alguns medicamentos para manutenção do sistema imunológico, além de transfusões de sangue.

As informações disponibilizadas neste texto são como um guia, pois somente um médico pode fazer a análise e diagnóstico de cada pessoa.

Se você não faz exames de rotina há algum tempo e ficou curioso para entender como está a sua saúde, fique tranquilo, pois com a Vale Saúde você tem acesso a consultas online ou presenciais. A Vale Saúde é o cuidado que acompanha você, sempre que precisar!

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Escrito por Vale Saúde

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