Bullying na infância: o que é e consequências para as crianças

O que é bullying?

Bullying é a prática de uma série de tipos de violências que se repetem por um certo período, de um determinado tipo de grupo que não aceita outras pessoas.

De modo geral, a prática do bullying acontece por meio da violência verbal, física e psicológica. Os danos causados por esse tipo de agressão podem ser extremamente perigosos e traumáticos para as vítimas, ocasionando, por exemplo, depressão, mudanças no comportamento e, em casos mais extremos, o suicídio.

Em uma pesquisa feita pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), o Brasil está em quarto lugar no ranking mundial de países que mais têm problemas com bullying nas escolas. Esse assunto é bem complexo, pois não há apenas uma forma dessas agressões acontecerem, mas sim várias.

Quais os tipos de bullying que acontecem nas escolas?

Hoje em dia, com esse assunto em alta nos noticiários, é possível detectar oito tipos de bullying que acontecem nas escolas. São eles:

1. Bullying físico: os agressores intimidam as vítimas com todo e qualquer ataque físico, como beliscões, chutes, empurrões, etc. De acordo com informações da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, cerca de 3% dos alunos do mundo passam por ele.
2. Bullying verbal: nesse caso, xingamentos e insultos são disparados contra os jovens. Essa é, inclusive, a mais comum das agressões.
3. Bullying escrito: aqui, cartas, bilhetes e recados ofensivos são deixados para as vítimas como forma de intimidação.
4. Bullying material: mochilas, materiais escolares, roupas e tudo que for físico é danificado por parte dos agressores.
5. Cyberbullying: é a prática de intimidação, humilhação e exposição através dos meios digitais, como redes sociais, aplicativos de mensagens e até e-mails. Esse tipo é passível de punição por meio da legislação penal, quando configurar o crime contra a honra (calúnia, difamação e injúria – Artigo 138 do Código Penal Brasileiro).
6. Bullying moral: nesse caso, o agressor tenta difamar e intimidar alguém fazendo o uso da imitação de seus trejeitos e usando isso como arma para atingi-lo.
7. Bullying social: é a criação de rumores, ignorar, excluir ou fazer a promoção da exclusão de terminada pessoa em ciclos sociais.
8. Bullying psicológico: vale lembrar que todos os tipos de bullying destacados anteriormente têm impacto diretamente no psicológico da pessoa, mas, nesse caso, há a pressão emocional que pode vir de diversas formas, como no medo de ter que ir para a escola, de falar com outras crianças e de rejeição.

Esse último tipo de bullying é um dos mais perigosos, pois pode afetar diretamente a vida e saúde mental dos jovens agredidos.

Como o bullying pode afetar a saúde emocional e mental das crianças envolvidas?

Por ter atos de violência física e psicológica, o bullying traz consigo efeitos de curto e longo prazo para as crianças.

Quando tem efeitos a curto prazo, a criança pode ter dificuldades em dormir à noite, reações agressivas a qualquer coisa, pensamentos depreciativos e dificuldades em socializar com os demais.

Agora, a longo prazo, além da dificuldade em se relacionar com outras crianças, e as agressões, físicas ou verbais, em que foi vítima, pode resultar em depressão e, em casos mais graves, em suicídio.

Mas não pense que há consequências apenas para as vítimas. Os agressores também poderão sofrer alguns fenômenos graves para seu futuro.

A curto prazo, o agressor pode adquirir uma postura autoritária que implicará em consequências futuras, como é o caso da dificuldade em se relacionar por conta de seu histórico agressivo. Bem como, ao longo de sua vida adulta, pode se tornar um indivíduo propenso a atos infracionais.

Quais os principais fatores que influenciam o bullying?

Há diversos fatores que indicam os porquês da prática do bullying. São eles:

• Modelos educativos aos quais as crianças são apresentadas
• Inexistência de valores, limites e regras de convivência na sociedade
• Punição através de agressões físicas ou psicológicas
• Resolução de problemas por meio da agressividade
• Vida familiar com problemas emocionais
• Lar caótico
• Histórico familiar de pessoas que não socializam
• Conflito entre os pais
• Ser exposto à violência constantemente
• Estresse e ansiedade

Como identificar e prevenir o bullying na escola?

É sempre muito importante atentar aos sinais do bullying nas escolas. O ideal seria toda instituição de ensino ter suas próprias equipes focadas em identificar, intervir e combater todo e qualquer tipo de violência. Dessa forma, os profissionais da educação devem ficar atentos às seguintes situações:

• Negar-se a ir para a escola
• Humor instável
• Baixa autoestima
• Medo ou timidez excessivos
• Desregulação de sono e apetite
• Maior dificuldade na aprendizagem

Há dois tópicos muito importantes para prevenir o bullying na escola: promover a não violência e criar iniciativas de inclusão. Ambos são pilares importantes para o bom relacionamento entre os alunos, seja entre si ou com o ensino de forma geral.

O bullying já aconteceu. E agora?

Uma das perguntas que muitos pais e profissionais da educação se fazem é “o que fazer após o bullying ter acontecido?”. Nesse caso, a saída é acompanhar todos os envolvidos com o auxílio do trabalho de um psicólogo e até mesmo de um psicopedagogo. Esses são especialistas que atuarão de forma conjunta para sanar os problemas e trazer informações para os alunos e seus pais.