Como é feita a quimioterapia?

O que é quimioterapia?

Em algum momento você já se perguntou o que é e como é feita a quimioterapia? Esse tratamento, que é um dos mais utilizados no combate ao câncer, é feito com medicamentos potentes, que têm como objetivo destruir as células cancerosas.

O nosso corpo possui trilhões de células que nascem, crescem, se dividem e morrem ordenadamente. Esse ciclo é natural para possibilitar o desenvolvimento do nosso organismo e a velocidade de renovação das células varia da fase de crescimento em que estamos (em crianças, as células se renovam em menos tempo).

O câncer ocorre quando as células de algum órgão ou tecido começam a crescer desenfreadamente. Diferente do ciclo celular que citamos acima, neste caso, as células cancerígenas não morrem e continuam a crescer, criando mais células e invadindo tecidos. Uma célula é considerada cancerígena quando ela gera algum tipo de dano ao DNA.

O propósito da quimioterapia é eliminar essas células doentes e impedir que elas se espalhem para o resto do organismo. Existem várias medicações quimioterápicas, e o procedimento pode ser feito sozinho ou em conjunto com radioterapia ou cirurgia.

Como é feita a quimioterapia?

A quimioterapia é administrada de diferentes formas, dependendo do tipo de câncer e do estado de saúde do paciente e da avaliação feita pelo oncologista.

Via intravenosa (IV)

Na forma mais comum de quimioterapia, os medicamentos são aplicados diretamente na veia ou por meio de um cateter, na forma de injeção, ou diluídos em soro

Via oral

Também é possível que os medicamentos sejam administrados em forma de comprimidos, cápsulas ou líquidos, que devem ser ingeridos pela boca

Injeção subcutânea ou intramuscular

A medicação é aplicada debaixo da pele (subcutânea) ou diretamente no músculo (intramuscular)

Quimioterapia tópica

Em alguns casos específicos de câncer de pele, a quimioterapia é aplicada diretamente na pele na forma de pomadas ou líquidos

Quimioterapia intratecal

É aplicada diretamente no fluido espinhal, para tratar cânceres que afetam o sistema nervoso central. Não é um meio tão utilizado, mas continua sendo uma opção

O processo de quimioterapia geralmente é realizado em ciclos, que envolvem um período de tratamento seguido de um período de descanso para permitir que o corpo do paciente se recupere.

Os efeitos colaterais variam de caso para caso, pois a quimioterapia não ataca somente as células cancerosas, mas também é capaz de afetar células saudáveis, como as do cabelo, do sistema digestivo e do sangue, levando a sintomas como queda de cabelo, náuseas e fadiga.

Quais são os tipos de quimioterapia?

Existem diferentes tipos de quimioterapia, que são classificados de acordo com a forma como os medicamentos atuam, os objetivos do tratamento e a combinação com outras terapias:

Quimioterapia curativa

O objetivo principal é eliminar todas as células cancerosas e curar o paciente. É geralmente utilizada quando o câncer ainda está em estágios iniciais ou se houver a possibilidade de erradicar a doença completamente.

Quimioterapia adjuvante

É uma opção após outros métodos, como cirurgia ou a radioterapia. Nesse caso, o propósito é eliminar qualquer célula cancerosa remanescente, diminuindo as chances de retorno do câncer.

Quimioterapia neoadjuvante

É administrada antes da cirurgia ou radioterapia, com objetivo de reduzir o tamanho do tumor, tornando mais fácil a remoção cirúrgica ou o tratamento com radiação.

Quimioterapia paliativa

Quando o câncer está em um estágio avançado e não há mais possibilidade de cura, a quimioterapia paliativa é utilizada para aliviar sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar o tempo de vida do paciente.

Quimioterapia de indução

É utilizada como o primeiro tratamento para tentar induzir a remissão de cânceres como a leucemia e alguns linfomas.

Quimioterapia de manutenção

Aplicada para manter o câncer sob controle após o tratamento inicial, ajudando a prevenir o crescimento ou retorno das células cancerosas.

Há, ainda, diferentes classes de medicamentos quimioterápicos, que agem de maneiras específicas sobre as células cancerosas. Alguns exemplos são:

• Alquilantes: danificam o DNA das células cancerosas, impedindo a multiplicação delas
• Antimetabólitos: interferem na produção de DNA e RNA das células
• Antibióticos antitumorais: são diferentes dos antibióticos comuns, pois atuam interferindo diretamente no DNA das células cancerosas
• Inibidores da topoisomerase: afetam as enzimas que ajudam a separar as fitas de DNA, prevenindo a divisão celular
• Alcaloides de plantas: derivados de plantas, interferem na capacidade das células de se dividirem

Escolha da quimioterapia: entenda como funciona o processo

Como falamos acima, existem várias drogas disponíveis para tratar o câncer. No entanto, o tratamento com quimioterapia costuma ser bem individual, pois depende de uma série de fatores, que incluem:

• Tipo de câncer
• Tamanho e localização do tumor
• Presença ou ausência de metástase (quando o câncer se espalha para várias regiões do organismo)
• Idade e saúde geral do paciente
• Histórico de tratamentos (se já foi submetido anteriormente ao tratamento de câncer ou não)

O oncologista avalia todos esses dados para determinar a escolha do quimioterápico, assim como a maneira como é feita a quimioterapia (intervalo entre as sessões e a duração total do tratamento).

Efeitos adversos e complicações que envolvem o tratamento

A quimioterapia é um dos tratamentos mais eficazes contra os mais variados tipos de câncer. No entanto, por ser agressivo, é capaz de causar reações adversas fortes. Felizmente, muitas vezes, esses efeitos são considerados manejáveis, e o paciente deve comunicar ao oncologista o que está sentindo.

Os sintomas mais comuns incluem:

• Fraqueza, cansaço e fadiga
• Diarreia ou constipação
• Perda de peso ou ganho de peso
• Feridas na boca
• Febre
• Hematomas por todo o corpo
• Vômitos, enjoo, náusea e tontura
• Queda de cabelos e outros pelos do corpo, como cílios e sobrancelhas
• Infertilidade

Ao ter outras dúvidas sobre como é feita a quimioterapia, consulte um médico especialista.