Como saber se estou com febre sem termômetro?

O que é febre e como ela age no organismo?

Calafrios, dor de cabeça, fadiga e sensação de quentura no corpo. Você provavelmente já sentiu esses sintomas, certo?

Geralmente, eles estão acompanhados pela alta temperatura do organismo, o que caracteriza a febre, que é comum em processos inflamatórios e infecciosos. Ao ter essas sensações, você possivelmente também já pensou “como saber se estou com febre sem termômetro”, não é?

E, claro, nós vamos esclarecer essa dúvida ao longo desse conteúdo. Mas, antes, é importante entender que a febre é um aumento temporário da temperatura corporal que ocorre como resposta do organismo a uma infecção, inflamação ou outro tipo de anormalidade. Ela é um mecanismo de defesa natural do corpo, que alerta sobre a presença de agentes invasores.

A temperatura normal do organismo varia entre 36,1°C e 37,2°C, dependendo da pessoa, da hora do dia e do local de medição. A febre é caracterizada por uma temperatura acima de 37,5°C (quando medida com um termômetro na axila) ou 38°C (quando medida na boca).

Entenda a diferença entre febre e estado febril

Como falamos acima, a febre é confirmada quando a temperatura corporal está igual ou acima de 37,5ºC. No entanto, existe, também, o que chamamos de estado febril.

Nesse caso, o corpo fica levemente mais quente, com temperaturas entre 37,1ºC até 37ºC, sem caracterizar febre de fato. Isso pode acontecer devido:

• Exposição ao calor
• Atividade física intensa
• Alterações hormonais (como no , no caso de mulheres)
• Infecções leves ou início de um quadro infeccioso

O estado febril não requer muita atenção, mas precisa ser monitorado para checar se não evolui para febre de fato.

O que causa febre?

A febre é sinal de que algo não está certo no organismo. Na maioria das vezes, sinaliza a infecção por vírus, bactérias, fungos ou até mesmo a contaminação por certas toxinas. Alguns exemplos incluem:

Infecções virais:

• Gripe
• Resfriado
• Covid-19
• Dengue

Infecções bacterianas:

• Infecção urinária
• Pneumonia
• Amigdalite
• Infecções de pele (como celulite)
• Sepse

Infecções fúngicas:

• sistêmica (infecção grave que ocorre quando os fungos da espécie Candida atingem a corrente sanguínea)
• Histoplasmose (doença capaz de afetar os pulmões e é causada pela inalação dos esporos do fungo, presentes nas fezes de morcegos)

Doenças inflamatórias ou autoimunes:

• Artrite reumatoide
• Lúpus

Doenças crônicas ou graves:

• Câncer
• Doenças renais ou hepáticas

Infecções parasitárias:

• Malária
• Doença de Chagas

Outros motivos:

• Efeito colateral de alguns remédios
• Resposta imunológica a vacinas
• Insolação

Quais são os tipos de febre?

A febre, por si só, nem sempre é um sinal de perigo e não necessariamente requer preocupação imediata. Entretanto, o tipo de febre e a maneira com que ela se comporta no organismo precisam ser monitorados.

Além do estado febril, que citamos acima, também há outras intensidades:

• Febre baixa e moderada: que se mantém entre 37,8ºC e 39ºC
• Febre alta: acima de 39º C
• Hipertermia: acontece quando a temperatura ultrapassa os 41ºC. É uma condição grave, que necessita de atendimento médico imediato

De acordo com a duração, a febre pode ser classificada como:

• Febre aguda: dura até 7 dias e é geralmente causada por infecções virais ou bacterianas
• Febre prolongada: persiste entre 7 e 14 dias e costuma ter relação com infecções mais graves, como febre tifoide, tuberculose ou doenças autoimunes
• Febre recorrente: surge em episódios repetidos, separados por períodos de temperatura normal (comum em doenças como malária ou febre do Mediterrâneo)

E, conforme o padrão de variação de temperatura, é possível classificá-la como:

• Febre contínua: a temperatura permanece constantemente alta, com variações pequenas ao longo do dia. É comum em infecções bacterianas graves, como pneumonia ou febre tifoide
• Febre intermitente: há alterações entre períodos de febre e momentos de temperaturas normais dentro de 24 horas. Geralmente faz parte de quadros de malária e sepse (infecção generalizada)
• Febre remitente: a temperatura é sempre elevada, podendo variar 1ºC ao longo do dia, mas sem voltar ao normal. Costuma ser vista em infecções virais e doenças reumáticas
• Febre ondulante: há um aumento gradual, que atinge um determinado pico e depois diminui, repetindo o ciclo. É característica de doenças como brucelose (condição causada pelo consumo de alimentos lácteos não pasteurizados ou manejo direto de animais, como vacas, bois, ovelhas, entre outros)

Como saber se estou com febre sem termômetro? Fique atento aos sinais do corpo

Agora que você já entendeu o que é a febre, vamos responder à pergunta-chave deste artigo: tem como saber se estou com febre sem termômetro? Antes de mais nada, precisamos dizer que, para confirmar o problema, é necessário a avaliação clínica, feita por um médico.

Ter um termômetro em casa também é essencial, principalmente em residências que possuem bebês ou crianças. Mas, na falta, do aparelho, alguns sinais do corpo conseguem indicar a temperatura elevada:

• Pele quente ou avermelhada (corada)
• Calafrios
• Calor inexplicável
• Suor excessivo
• Cansaço ou fraqueza
• Dor de cabeça
• Olhos quentes ou brilhantes
• Dores no corpo sem motivo aparente
• Boca seca ou sede intensa
• Irritabilidade ou confusão mental

Outro método muito utilizado é pedir para outra pessoa sentir a sua testa. Se ela estiver quente, pode ser um sinal de febre ou, pelo menos, de estado febril. Mas esse indicativo nem sempre é certeiro e há grandes chances de engano.

Por isso, caso não tenha um termômetro e apresente manifestações compatíveis com febre, procure a emergência médica e tenha o atendimento de um clínico geral. Afinal, a febre é um sintoma de alguma doença, capaz de ser mais grave e que requer tratamento.

Quando a febre se torna preocupante? O que fazer?

Como já falamos, nem sempre a febre é sinônimo de preocupação imediata. No entanto, se a temperatura estiver maior do que 39ºC, caracterizando febre alta, ou se persistir por mais de 3 dias, é importante ir ao hospital.

Se o sintoma vier acompanhado dos sinais abaixo, também é importante tomar cuidado:

• Dificuldade para respirar
• Vômitos persistentes
• Diarreia intensa
• Desidratação (boca seca, sede extrema, urina escura)
• Confusão mental, sonolência excessiva ou desmaios
• Convulsões, especialmente em crianças
• Manchas ou erupções na pele

Em grupos de risco, a febre também se torna preocupante, mesmo se for leve. Esse é o caso de:

• Bebês com menos de 3 meses
• Idosos
• Pessoas com doenças crônicas, como diabetes ou problemas
• Pacientes imunossuprimidos

Nessas situações, vá pessoalmente ao pronto atendimento ou faça uma consulta por telemedicina para esclarecer possíveis dúvidas.