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Saúde Mental

Comportamento passivo-agressivo: como identificar?

28 de janeiro de 2025

Três pessoas estão discutindo em umescritório.

Descubra o que é essa característica da personalidade e como lidar com ela.

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O que é uma pessoa passivo-agressiva?

Conhecido como um “morde e assopra”, um posicionamento dúbio (que pode ser entendido até como contraditório) é o que caracteriza o comportamento passivo-agressivo.

Pessoas com esse traço de personalidade utilizam deboche, indiretas, palavras dúbias, ironias ou indiferença para a disfarçar sua agressividade. Dentro desse perfil dissimulado, o passivo-agressivo age de maneira calculada para que a dúvida da sua opinião fique no ar.

Acaba sendo uma violência pior do que se fosse cometida às claras, pois não é possível saber o que se passa na mente de quem a comete. E é um comportamento mais comum do que se possa imaginar, entre amigos e familiares, nos relacionamentos amorosos e no ambiente profissional.

Apesar de ser claramente um assunto de saúde mental, é importante esclarecer que a condição não é mais reconhecida como um transtorno psicológico oficial pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5). Contudo, o comportamento é determinante em transtornos de personalidade, como síndrome Borderline do tipo Petulante (além da tendência a manipular e controlar outras pessoas, alterna surtos de raiva com a sensação de desmerecimento ou rejeição), de Conduta e Narcicista.

Neste artigo, saiba mais curiosidades sobre o assunto, para identificar o perfil psicológico e saber lidar melhor com ele. Boa leitura!

O que é comunicação passivo-agressiva?

A comunicação passiva seria marcada pela falta de ação e protagonismo nas situações que se apresentam. Indivíduos que possuem este estilo de expressão costumam ter dificuldade em verbalizar e se posicionar, evitando ao máximo possíveis conflitos. A melhor forma para lidar com esses perfis é promovendo mais privacidade aos diálogos, permitindo um ambiente favorável para que possam expor suas ideias de forma segura.

A forma agressiva somente de comunicação é exatamente o oposto da passiva. As pessoas que possuem este estilo costumam se expressar de forma direta e segura, inclusive apresentando a iniciativa de fala e posicionamentos, e dominam os assuntos, frequentemente, sem deixar espaço para que os demais envolvidos na questão possam participar. Esse perfil precisa de limites que devem ser estabelecidos.

Já a comunicação passivo-agressiva tem como característica principal a dissimulação, configurando-se em um combo dos estilos passivo e agressivo. Com este perfil considerado manipulador, os indivíduos estabelecem o confronto de ideias sem que pareça que estão fazendo isso.

As pessoas passivo-agressivas costumam transparecer essa conduta através de outros gestos mais sutis e não diretamente. A melhor forma de lidar é detectando o alvo da insatisfação e propondo diálogos reservados e objetivos.

Exemplos do comportamento passivo-agressivo

O comportamento passivo-agressivo busca mascarar a ira por meio de atitudes aparentemente pró-sociais. Geralmente, tais padrões de conduta têm como objetivo irritar a pessoa de quem o indivíduo sente raiva, mas de forma a não parecer culpado pelo desconforto gerado.

Sinais claros são os chamados “sorrisos amarelos”, respostas que dificultam a comunicação e uma sensação de que a “gentileza” não foi feita de boa vontade.

Alguns exemplos de ações desse perfil são:

  • Negar ou minimizar sentimentos de raiva e projetá-la nos outros
  • Evitar expressar seus sentimentos negativos, dizendo que está bem mesmo quando está visivelmente incomodado
  • Procrastinar ou realizar as tarefas de forma ineficiente
  • Atuar de forma a irritar os outros pouco a pouco
  • Ficar em silêncio intencionalmente, o famoso “dar um gelo”
  • Ser evasivo e/ou reservado
  • Utilizar meios de comunicação como mensagens de texto, e-mails e mídias sociais para evitar o contato direto
  • Fazer-se de vítima em relação a uma pessoa que expressa sua raiva abertamente
  • Manipular e tentar controlar as outras pessoas
  • Fazer com que os demais reprimam a própria ira e, eventualmente, tenham ataques de raiva
  • Colocar os outros em uma montanha-russa de emoções
  • Prometer muitas mudanças de comportamento (e não mudar)

Por que uma pessoa se torna passivo-agressiva?

Naturalmente, os humanos são acometidos de impulso. Conter esses impulsos faz parte do existir de um indivíduo na sociedade, é algo a ser aprendido.

Assim como fomos condicionados a controlar as necessidades fisiológicas, reprimimos e travamos desejos e hábitos (construtivos ou destrutivos), porque há regras sociais.

Ensinamos e aprendemos desde a primeira fase da vida, e essa vivência aparecerá depois para aflorar sobre nosso controle e descontrole emocional. Um fator ambiental para estar mais propenso a dificuldades psíquicas e psicológicas é a pessoa ter sido criado em famílias disfuncionais. Ter presenciado muitas situações de agressão (verbal e não verbal) gera traumas e padrões de comportamento.

Para se ter uma ideia, existem alguns tipos de situações de violência ou agressão psicológica que marcam um indivíduo se vivenciadas e/ou assistidas:

Agressões verbais

Insultos, desvalorizações constantes, humilhações frente a outras pessoas, referindo-se a aspectos físicos ou intelectuais, que gradativamente destroem a autoestima na infância, quando a personalidade está se formando

Situações de desprezo, indiferença e de abandono

A criança ignorada pelos pais apresenta um sentimento de desvalia

Chantagem emocional

Mais difícil de ser identificada, atrás de dedicação e atenção, há cobranças e transmissão de um sentimento de culpa

Como não é capaz de compreender os motivos das agressões, a criança se sentirá pressionada, acuada, experimentando uma violência real. Ela ainda não tem a área da lógica no cérebro suficientemente desenvolvida para lidar com esses episódios e ficará confusa, perdida, se sentindo sozinha, sem poder contar com o amparo daqueles que deveriam protegê-la.

Se aquele pequeno ser em formação não consegue reagir, a agressão fica internalizada (guardada dentro dela), contribuindo para quadros de depressão.

Existem diversos transtornos, além dos depressivos, que podem ser desencadeados pelas agressões verbais. Saiba os efeitos de crescer com essas influências:

Alterações intelectuais e da memória

Pesadelos, confusão, dificuldades de concentração e de memorização, autoimagem negativa, sentimento de inferioridade

Perturbações relacionais

Vergonha, isolamento (mesmo dos seus familiares e amigos mais próximos), auto-culpabilização, desvalorização de si, falta de confiança e sensação de impotência

Desenvolvimento de distúrbios de ansiedade

Podem surgir quadros como hipervigilância, perturbações do sono, medo, fobias, ataques de pânico, desordens da alimentação e disfunções sexuais

Além desses desafios emocionais que prejudicam bastante para a socialização, o padrão de conduta agressivo também é aprendido, imitado ou reproduzido. Estima-se que filhos de casais violentos têm 2 ou 4 vezes mais probabilidades de apresentarem problemas comportamentais.

Existirá ainda uma grande possibilidade de futuras dificuldades de adequação de comportamento nas relações de intimidade e maior dificuldade de integração social, além de sentimentos ambivalentes para com os pais.

Como lidar com uma pessoa passivo-agressiva?

No meio de amigos, colegas, companheiros, familiares com tantas personalidades diferentes, é preciso atenção especial com este tipo específico de comportamento, particularmente delicado de se lidar.

O sentimento que gera nas pessoas ao redor de alguém com essa forma exacerbada de agir é o de impotência.

Se você precisa estar em contato próximo com alguém que tem essas características muito afloradas, você não deve se deixe abalar com seu mau humor e responder com bondade. Ser positivo, otimista, ter o famoso “jogo de cintura” e falar sobre questões banais é uma fórmula completa para tentar combater a influência negativa de seu comportamento.

É preciso muito cuidado com profissionais passivos-agressivos no ambiente de trabalho e evitar conflitos desnecessários que podem causar desgaste na convivência, seja qual for a sua área de atuação.

Se tivermos intimidade ou caso a aproximação seja saudável, é importante sugerir para que a pessoa procure ajuda psicológica. O psicoterapeuta tentará reduzir sua raiva e frustração, ensinando-lhe estratégias de enfrentamento efetivas.

Como abandonar este comportamento?

Identificar, aceitar e reconhecer a passivo-agressividade é difícil, mas um passo essencial para o desenvolvimento de uma comunicação exitosa em diferentes áreas e de relacionamentos afetivos saudáveis. Muitas vezes, esta decisão demanda uma abordagem direta e assertiva para resolver conflitos e estabelecer limites claros.

É preciso admitir sentir raiva, lidar com a negação e aprender outras habilidades das emoções.

Na realidade, o processo para tentar se tornar menos passivo-agressivo é um processo de cura. Envolve olhar para dentro e aceitar a expressão mais profundamente pessoal de quem somos: nossas emoções.

Procurar psicoterapia é fundamental para esse autoconhecimento. O profissional especialista em saúde mental deverá trabalhar sua objetividade, assertividade e solução de problemas de forma eficaz e mais saudável.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

National Library of Medicina – Borderline Personality Disorder <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK430883/>

American Addiction Centers – Borderline Personality Disorder (BPD): Causes, Types & Treatment <https://americanaddictioncenters.org/co-occurring-disorders/personality-disorders/bpd>

National Institute of Mental Health – Borderline Personality Disorder <https://www.nimh.nih.gov/health/topics/borderline-personality-disorder>

Psychology Today – Changing Passive-Aggressive Behavior <https://www.psychologytoday.com/us/blog/passive-aggressive-diaries/202006/changing-passive-aggressive-behavior>

American Psychiatric Association – Practice Guideline for the Treatment of Patients with Borderline Personality Disorder <https://www.psychiatry.org/getmedia/3ac9a443-4590-47e6-ad9b-0b2d1cff4d53/APA-Borderline-Personality-Disorder-Practice-Guideline-Under-Copyediting.pdf>

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Escrito por Vale Saúde

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