Saúde e Bem-estar
Cuide da sua visão: saiba o que é a retina
12 de novembro de 2024
Localizada no fundo do olho, fina membrana é composta por milhares de células nervosas que detectam a luz
O que é retina?
A visão é um dos nossos sentidos fundamentais. A maior parte das informações capturadas em nosso cérebro é por meio de nossos olhos.
A retina é uma camada fina de tecido nervoso sensível à luz localizada no interior do olho. É esse tecido que transforma luz em estímulo nervoso e o envia ao cérebro.
A membrana é comparada a um filme em uma câmera fotográfica analógica, sendo como uma tela para projetar as imagens enxergadas, que retém as imagens, traduzindo para o cérebro através dos impulsos elétricos enviados pelo nervo óptico.
Nossos olhos são órgãos extremamente sensíveis e, por isso, a exposição a alguns fatores consegue ser intensamente agressiva para eles, ocasionando problemas oculares, inclusive doenças da retina.
Alterações na retina costumam ser delicadas e causam até mesmo a perda total da visão. Entretanto, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) informou em uma publicação que aproximadamente 75% dos casos de deficiência visual e cegueira podem ser prevenidos ou curados.
Neste contexto, conhecer as principais causas e doenças da retina é importante para se prevenir e evitar complicações futuras. Continue a leitura e entenda mais sobre o assunto!
Qual a função da retina?
Uma finíssima camada de tecido sensível à luz, localizada no fundo do olho, a retina é formada por milhões de células fotorreceptoras, que captam, registram, decodificam ondas luminosas e, por meio do nervo ótico, as enviam ao cérebro, onde se forma a visão.
A retina é composta por milhares de células nervosas que trabalham juntas para detectar a luz, convertê-la em impulsos elétricos e aí interagir com o cérebro para gerar a visão. As células fotorreceptoras são chamadas de bastonetes e cones; e trabalham juntas para que possamos diferenciar o claro e escuro, bem como os demais tons.
Anatomia da retina
O globo ocular está dentro de uma cavidade óssea chamada órbita, recoberta por tecido gorduroso que funciona como almofada para atenuar o impacto provocado por certos tipos de traumas.
O olho é constituído por três túnicas (camadas). A túnica externa é a camada protetora da qual fazem parte a córnea e a esclera. A média é uma camada vascular que compreende a íris, a coroide e o corpo ciliar. A camada interna, ou nervosa, é formada pela retina.
A córnea é uma estrutura transparente, a mais superficial de todas. Ela atua como uma lente com grande poder de refração para focalizar os objetos, a fim de que se forme uma imagem nítida na retina. Quando se faz um transplante de córnea, retira-se apenas o botão central, isto é, uma pequena circunferência, a mesma sobre a qual se fixam as lentes de contato, e a substituímos pela córnea saudável do doador.
Conhecida também como branco do olho, a esclera é a camada onde se inserem os músculos oculares (seis em cada olho) responsáveis pelos movimentos do globo ocular.
Atrás da córnea está a íris, a parte colorida do olho. Bem no centro dela, há um orifício (a pupila ou “menina dos olhos”), com função de diafragma encarregado de controlar a intensidade da luz que entra pelo olho, contraindo quando ela é muito forte, ou dilatando nos ambientes mais escuros.
O músculo ciliar, que faz a pupila contrair ou relaxar, também é responsável pela acomodação do cristalino, outra lente com alto poder de refração e focalização, através da qual os raios luminosos convergem sobre a retina.
A retina é dividida em duas camadas principais: a retina neurossensorial (composta por nove subcamadas) e o epitélio pigmentar.
Quais são as camadas que compõem a retina?
A retina é essencial para qualquer visão. Cada camada de células nesse tecido serve a um propósito específico. Entenda a seguir:
Coroide
É composta por uma camada de vasos sanguíneos, que fornecem oxigênio e nutrientes para a retina. Defeitos genéticos causam coroideremia (degeneração progressiva da coroide) e vasos sanguíneos com vazamento conseguem se expandir na retina, provocando degeneração macular relacionada à idade (DMRI) úmida e retinopatia diabética.
Epitélio pigmentar
Camada única de células proporciona nutrição e retirada de resíduos para as células fotorreceptoras. O acúmulo de substâncias é capaz de levar à DMRI e à doença de Stargardt (degeneração macular juvenil).
Fotorreceptores
É onde estão localizados os bastonetes e cones que convertem a luz em sinais elétricos. Os bastões ajudam com a visão noturna e periférica. Já os cones estão mais concentrados na mácula (a parte central da retina) e garantem a visão central e colorida. A morte dos bastonetes causa perda de visão, chamada retinite pigmentosa, enquanto a DMRI é a perda de visão central.
Células horizontais
São associadas aos fotorreceptores, que circundam as células fotorreceptoras bipolares e ajudam a integrar e a regular a entrada de várias células, aumentando a acuidade visual (clareza da visão).
Células bipolares
A dependência de cada camada entre si é exemplificada por essas células. Elas pegam as informações elétricas das células fotorreceptoras e as passam para outras células da retina.
Células ganglionares
Se expandem para formar um nervo óptico, que transmite informações ao cérebro e pega as informações elétricas das células bipolares e as processa para determinar formas, contrastes e cores. A perda de visão pelo glaucoma resulta da alta pressão intraocular que atinge o nervo óptico, cortando os sinais para o cérebro.
Quais são as doenças relacionadas à retina?
Esse sistema extremamente preciso de nosso aparelho visual pode sofrer um processo de degeneração natural que se manifesta de diversas formas e que prejudica seu funcionamento.
As principais doenças oftalmológicas relacionadas com esta parte do olho são o descolamento de retina, a degeneração da mácula, a degeneração periférica, retinoblastoma (tumor), retinose pigmentar, ruptura retiniana, oclusão da veia central da retina, retinopatia diabética, hipertensiva, miópica e da prematuridade (bebês nascidos antes de 32 semanas).
Entretanto, existem hoje tecnologias e procedimentos capazes de reparar ou estabilizar essas ocorrências. Porém, o melhor tratamento é a prevenção, por meio do exame regular com seu oftalmologista.
O ideal é não esperar os sintomas se manifestarem para, daí, buscar ajuda profissional. A recomendação é de que, no mínimo, a cada 12 meses, pessoas de todas as idades passem por uma consulta oftalmológica para fazer o acompanhamento da sua saúde ocular.
Como saber se há problemas na retina?
Um exame oftalmológico de rotina em consultório é capaz de detectar muitas anormalidades da retina antes que os sintomas apareçam. Os especialistas recomendam que tais testes sejam realizados anualmente para detectar precocemente as condições da retina e iniciar o tratamento o mais rápido possível.
Se você estiver enfrentando algum dos seguintes sintomas, procure um oftalmologista:
- Início súbito de moscas volantes (pequenas a grandes manchas escuras bloqueando sua visão) ou mudança no padrão das moscas preexistentes
- Flashes de luz em um ou ambos os olhos
- Visão embaçada
- Visão turva ou distorcida, como linhas retas parecerem onduladas
- Redução gradual na visão periférica (lateral)
- Sombra semelhante a uma cortina sobre seu campo visual
- Ver pontos flutuantes (imagens que parecem flutuar sobre o campo de visão)
- Perda visual
Exames para a retina
A avaliação da retina é feita principalmente pelos exames:
- Oftalmoscopia indireta binocular: realizada pelo oftalmologista, com dilatação de pupilas. Aparelhos portáteis com transmissão de imagens a distância para o especialista (por exemplo, oftalmoscópio Eyer) tem demonstrado também boa precisão na identificação de lesões iniciais, com baixo custo.
- Retinografia: realizada por um aparelho (retinógrafo) com ou sem necessidade de dilatação da pupila. Leva de 15 a 20 minutos e tem melhor capacidade de detecção de lesões em estágio inicial.
- Exame de fundo do olho, fundoscopia ou mapeamento de retina
- Ultrassonografia (caso haja hemorragia devido a outras condições, como catarata)
Com o mapeamento de retina, realizado durante a consulta, o oftalmologista consegue observar o gel do olho (humor vítreo), o nervo óptico, vasos sanguíneos e o tecido do olho responsável pela captação das imagens, conseguindo detectar alterações.
Com esta observação, o oftalmologista tem indicativos para pedir outros exames, como tomografia, ou indicar tratamentos, como remédios para tratar inflamações ou cirurgia para reposicionar o descolamento de retina, por exemplo.
Para realizar o teste, o médico pode indicar a dilatação da pupila, feita com colírios aplicados também na consulta, pouco antes do exame, por isso, é recomendado ter um acompanhante para auxiliar na volta para casa.
No caso específico do retinoblastoma, um dos exames mais importantes para detectá-lo a tempo é o teste do olhinho. Esse teste deve ser realizado logo após o nascimento do bebê e periodicamente os cinco anos, faixa etária até mais atingida pela doença.
O teste é simples e consegue detectar qualquer alteração no eixo visual, levantando a suspeita da existência de um tumor, a ser confirmado pelo exame de fundo de olho. Além do retinoblastoma, o exame é capaz de detectar outras doenças, como catarata e glaucoma congênito, cuja identificação precoce possibilita o tratamento em tempo certo.
Na retinopatia diabética, além dos procedimentos já citados, há quadros em que será necessária uma angiografia com florescência, exame que avalia os vasos sanguíneos do olho. Ele ajuda a determinar o local do derrame, as áreas de pouco fluxo sanguíneo e as áreas de nova formação de vasos com anomalias.
Já o exame de acuidade visual é efetivo para diagnosticar a degeneração da mácula (problema que afeta a área central da retina).
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Escrito por Vale Saúde
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