Dicas e Curiosidades
Diálise e Hemodiálise: qual a diferença?
30 de julho de 2024
Tratamento contínuo para pacientes renais proporciona uma nova oportunidade de viver
O que é insuficiência renal?
O funcionamento do nosso organismo depende muito do bom desempenho dos rins e da sua capacidade de filtrar o sangue, regular a pressão arterial, excretar as toxinas e manter o volume corporal, retirando o excesso de líquido por meio da urina.
Cada rim possui cerca um milhão de filtros, chamados de néfrons. Quando uma quantidade dos néfrons é danificada por alguma condição como diabetes ou hipertensão, o órgão para de exercer sua função de filtragem corretamente e os néfrons restantes precisam compensar o trabalho. Esse tipo de lesão renal é progressiva, irreversível e os sintomas são silenciosos. Cerca de 70% dos pacientes descobrem a insuficiência renal tardiamente.
Nesses quadros, os rins perdem a sua capacidade de eliminar as toxinas presentes no sangue, mas elas precisam ser descartadas para não causarem desequilíbrios para a saúde. É aí que entram as substituições artificiais para as funções do rim: a diálise peritonial e a hemodiálise.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Nefrologia, mais de 150 mil pessoas precisam desse tipo de tratamento por conta do comprometimento renal. Mas, afinal, qual a diferença entre diálise e hemodiálise? Continue lendo para conhecer mais sobre esses tratamentos tão importantes para pacientes renais.
O que é diálise?
Normalmente, os rins são responsáveis por filtrar o sangue e remover as substâncias indesejadas, como a ureia e a creatinina, além de regular o volume de líquido presente no corpo. Quando o órgão não é mais capaz de realizar suas funções de maneira eficaz, a diálise se torna necessária.
A diálise é um tratamento que permite a substituição de maneira artificial de algumas das funções mais importantes dos rins. Segundo especialistas, ela é recomendada quando o funcionamento do órgão está abaixo de 15% da sua capacidade.
Quais são os tipos de diálise?
Existem dois tipos de diálise:
Diálise peritonial
Essa forma de tratamento ocorre dentro do próprio corpo do paciente. Os órgãos localizados no abdômen são envolvidos por uma fina membrana chamada peritônio ou membrana peritonial. Os líquidos presentes no nosso organismo conseguem passar por ela, enquanto o sangue permanece de fora, atuando como um filtro.
Na diálise peritonial, um cateter é inserido no peritônio para que depois seja colocado um líquido específico de diálise na cavidade, que permanecerá lá por um tempo até ser drenado. Essa solução entra em contato com o sangue separado pelo peritônio e permite que as impurezas sejam removidas como potássio, creatinina, ureia e o excesso de líquido não eliminado pelo rim.
Hemodiálise
Esse é o procedimento mais conhecido pois ilustra inúmeras reportagens sobre a importância da doação de órgãos. Durante a hemodiálise, o paciente faz o uso de uma máquina que “filtra” o seu sangue, substituindo o trabalho do rim doente. O sangue da pessoa é removido do corpo e bombeado para um dialisador, circulando por tubos mergulhados em uma solução que separa as substâncias tóxicas e as impurezas do sangue.
Qual a diferença entre diálise e hemodiálise?
Os dois procedimentos têm o mesmo objetivo e o mesmo resultado: substituir a função dos rins. Cada um tem suas vantagens, desvantagens, indicações e modos de realização. A escolha sobre qual é a melhor opção para o paciente será feita pelo nefrologista, dependendo das condições clínicas do quadro.
Entenda as diferenças entre elas:
- Modalidade de tratamento: na diálise peritonial a limpeza do sangue ocorre dentro do próprio corpo e, na hemodiálise, o sangue é filtrado fora do corpo do paciente por meio de uma máquina.
- Frequência das sessões: durante a hemodiálise, o paciente precisa se deslocar até centros especializados para realizar o procedimento, geralmente três vezes na semana, com a duração de quatro horas por sessão. No caso da diálise peritonial, o tratamento é feito diariamente em casa.
- Equipamentos e infraestrutura: a diálise peritonial evolve apenas a utilização de um cateter e bolsas de solução, enquanto a hemodiálise necessita de equipamentos específicos e profissionais capacitados.
Riscos e efeitos colaterais da diálise e hemodiálise
Na maior parte das sessões de hemodiálise, o indivíduo não terá nenhum desconforto. No entanto, alguns sintomas podem surgir, como:
- Dores de cabeça
- Queda da pressão arterial
- Vômitos
- Calafrios
- Cãibras
- Desequilíbrio dos eletrólitos do sangue
- Convulsões
É importante ressaltar que, apesar da manifestação de alguns sintomas, pessoas que fazem diálise não podem ficar sem tratamento. Caso haja interrupção, o paciente corre risco de desenvolver problemas mais graves como falta de ar, arritmias e morte súbita pelo aumento das toxinas no corpo, grande quantidade de potássio e o acúmulo de água. Por isso, é preciso realizar o tratamento conforme a prescrição do médico responsável.
Além dos sintomas citados, durante a hemodiálise, pode ocorrer perda da fístula, uma junção cirúrgica de uma veia e uma artéria, feita para criar um alto fluxo de sangue e com bastante resistência para facilitar as sessões de hemodiálise. Para evitar essa perda, é recomendando tomar alguns cuidados como não aferir a pressão no braço com fístula, não retirar sangue e nem aplicar medicamentos.
Caso surjam hematomas no local da fístula, é orientado o uso de compressas de gelo no dia e compressas mornas nos dias seguintes. Se o fluxo de sangue está diminuindo na fístula, deve-se contatar o médico ou enfermeiro que acompanha o paciente.
Já na diálise peritonial, o principal risco é a infecção no local onde o cateter foi implantado, ou na cavidade peritonial, levando a uma condição chamada de peritonite. Sendo assim, o treinamento para cuidados com o cateter da diálise precisa ser bastante rigoroso, pois é fundamental que a área se mantenha totalmente higienizada, já que é capaz de ser uma porta de entrada para microrganismos patógenos.
É possível ter uma vida normal com o tratamento renal?
Sim! O tratamento renal pode ser difícil, mas é possível ter qualidade e aproveitar ainda mais a vida com a hemodiálise, tendo em vista que o tratamento resolve uma série de problemas que retiram o bem-estar da rotina do paciente, como a redução das restrições alimentares e o alívio dos sintomas causados pela insuficiência renal crônica, incluindo:
- Sensação contínua de cansaço
- Necessidade de urinar várias vezes durante a noite
- Perda do apetite
- Dificuldade para dormir
- Falta de concentração
- Inchaço de tornozelos e pés
- Edema ao redor dos olhos
- Pele seca e irritada
- Pressão alta
Ao longo do tempo, os tratamentos de diálise vêm se tornando cada vez mais eficazes. Para que o paciente siga com sua vida normalmente, é preciso que ele entenda o tratamento como uma nova forma de viver. No caso da hemodiálise, é importante buscar avaliar o uso da máquina de uma maneira positiva, como algo que o mantém vivo.
Há, também, dependendo do caso, a possibilidade de optar pela diálise peritonial em casa e, assim, não depender das programações de horários dos centros de diálise, dando mais tempo livre ao paciente e diminuindo consideravelmente as idas a clínica. Além disso, vale ressaltar que o direito de tratamento em casa é assegurado por lei para quem apresenta 15% ou menos da capacidade de funcionamento renal. Essas alternativas ajudam o paciente a levar uma vida normal, com todas as oportunidades possíveis.
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Escrito por Vale Saúde
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