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Entenda para que serve o exame VDRL

20 de junho de 2023

Exame de VDRL

Teste laboratorial de sangue é um dos principais exames para diagnosticar a sífilis

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O que é o exame de VDRL?

O exame VDRL, sigla de Venereal Disease Research Laboratory (Pesquisa Laboratorial de Doença Venérea, na tradução livre do inglês), é um teste que tem como objetivo diagnosticar e monitorar a resposta ao tratamento para sífilis.

A partir da coleta de uma amostra de sangue, enviada para o laboratório para que seja processada, é possível identificar a quantidade de anticorpos circulantes de contra a bactéria Treponema pallidum, indicando a gravidade da doença.

Os anticorpos permanecem no sangue por anos, enquanto a bactéria estiver instalada no organismo. Por essa razão, o teste pode ser feito também para diagnosticar infecções antigas, cuja transmissão aconteceu há muito tempo.

Apesar do VDRL ser um dos principais exames para diagnosticar a sífilis, pode dar um resultado falso-positivo, com a pessoa tendo outras doenças como lepra, tuberculose ou hepatite, por exemplo. Por isso, deve ser realizado em conjunto com outros exames que também confirmam a infecção, além de relacionar o laudo ao histórico clínico ou epidemiológico do paciente.

A seguir, vamos falar mais sobre a importância desse exame e mais curiosidades sobre a doença que ele detecta. Continue lendo!

O que é a sífilis, doença que este teste detecta?

Também conhecida como lues, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), causada por uma bactéria chamada Treponema pallidum. Ela possui diversos estágios: os que apresentam sinais e sintomas e os que ocorrem de maneira assintomática.

É uma doença de fácil propagação e, quando diagnosticada, deve ser tratada de forma precoce. Geralmente, a condição é percebida quando ocorre a presença de feridas na região genital que não doem ou causam desconforto, sem que chamem muita atenção.

No entanto, caso não seja identificada e tratada, a bactéria consegue permanecer no organismo e levar ao desenvolvimento de formas mais graves da doença, cujos sintomas podem ser notados anos após a infecção inicial.

A sífilis tem cura e é facilmente tratada com injeções do antibiótico penicilina G benzatina. Elas podem ser aplicadas gratuitamente na unidade básica de saúde mais conveniente para o paciente.

Quais são os sintomas da sífilis?

O paciente pode estar com a infecção, mas não apresentar nenhum sintoma. Quando os sinais estão presentes, são diferentes as manifestações clínicas, de acordo com o estágio da doença:

  • Na sífilis primária, aparece uma úlcera, uma ferida (cancro duro), que é o local por onde a bactéria Treponema pallidum entrou no organismo do paciente. Ela geralmente não dói e não coça. Então, pode passar despercebida, principalmente no caso das mulheres. Essa ferida ocorre frequentemente na vagina e no pênis, mas também pode aparecer na boca e no ânus (em caso de sexo oral e anal, respectivamente).
  • Na sífilis secundária, aparecem manchas. Podem ser manchas vermelhas em todo o corpo, principalmente nas palmas das mãos e nas plantas dos pés. Ela também pode estar associada com uma febre baixa, mal-estar e dor de cabeça. Essas manifestações são comuns em outras condições, sendo muito difícil, portanto, identificar a sífilis. Por isso, a doença é conhecida como “grande imitadora”.
  • Depois, a sífilis pode entrar na fase latente, quando não tem a presença de nenhum sintoma. Esses sinais podem desaparecer, mesmo sem nenhum tratamento nas fases anteriores.
  • Seguindo a evolução da doença, depois de um período de latência, quando não tratada, ela consegue evoluir para um caso mais grave, que é a sífilis terciária, podendo ocorrer acometimento no sistema nervoso central e também no sistema cardiovascular, dentre outras partes do organismo.

Para que serve o exame VDRL na gravidez?

Bastante comum, o VDRL normalmente é realizado em cada trimestre de gestação, em todas as grávidas, porque a sífilis é uma doença grave que a mãe pode passar para o bebê no parto. Se não tratada, causa malformações no feto e provoca abortos espontâneos. A condição durante a gestação também está associada a risco significativo de natimortos (quando a criança nasce já em óbito) ou morte neonatal, logo após o nascimento.

Sífilis congênita é uma infecção de múltiplos sistemas, causada pelo Treponema pallidum e transmitida ao feto pela placenta. Os sinais precoces são lesões de pele características, linfadenopatia, hepatoesplenomegalia, má evolução ponderal, secreção nasal sanguinolenta, fissura perioral, meningite, coroidite, hidrocefalia, convulsões, retardo mental, osteocondrite e pseudoparalisia (atrofia de Parrot do recém-nascido).

Os sinais tardios são úlcera gomosa, lesões periostais, paresias, tabes, atrofia óptica, queratite intersticial, surdez sensorineural e deformidades dentárias. O diagnóstico é clínico e confirmado por microscopia ou sorologia. O tratamento é feito com penicilina.

O risco total de o feto ser infectado pela placenta é de cerca de 60 a 80%, e a probabilidade aumenta na segunda metade da gestação.

A sífilis materna não tratada, seja ela primária ou secundária, é geralmente transmissível. Já a forma terciária ou latente é transmissível apenas em cerca de 20% dos casos.

Em bebês infectados, as manifestações são classificadas como sífilis congênita precoce (do nascimento aos 2 anos) e sífilis congênita tardia (após os 2 anos de idade).

Como é feito o VDRL?

O exame VDRL é um exame de sangue comum. Na clínica ou em outro ambiente profissional de saúde, o responsável técnico retira uma amostra de sangue da veia do paciente, geralmente no braço. Na sequência, o material é enviado para a análise em laboratório.

A duração do procedimento é de poucos minutos, podendo demorar mais nos casos em que o profissional de saúde tiver dificuldade para acertar a veia para coletar o sangue.

O teste não exige preparo algum e é realizado mediante prescrição médica. Confirme todas as recomendações durante o agendamento do exame. O prazo para o resultado varia de acordo com cada laboratório, podendo ser liberado de 24 horas até 7 dias.

O exame para diagnóstico de sífilis também pode ser feito com uma amostra de líquido da medula espinhal, o que é muito mais invasivo.

Não há uma periodicidade pré-estipulada para a realização do VDRL. Isso dependerá da avaliação do médico de acordo com o histórico clínico do paciente. No entanto, há uma recomendação geral de que os testes para detectar ISTs, como Aids e hepatite, devem ser feitos anualmente.

Quando o VDRL é considerado positivo?

Qualquer pessoa que tenha entrado em contato com a bactéria Treponema pallidum vai apresentar resultado positivo (reagente) no exame. O que muda é o estágio da doença em cada pessoa, com valores que variam de acordo com o nível. A IST pode ser identificada de 4 a 6 semanas após a contaminação.

Pessoas que foram infectadas com sífilis em algum momento da vida carregam os anticorpos referentes à bactéria para sempre. Assim, mesmo que já estiverem curadas, irão apresentar resultados positivos neste exame.

O laudo “reagente” normalmente indica que a pessoa tem sífilis, porém, há também possibilidade de haver falso-positivos devido a reações cruzadas. Nesses casos, pode significar que o paciente tenha outras enfermidades, como brucelose, lepra, hepatite, malária, asma, tuberculose, câncer e doenças autoimunes.

O resultado é considerado positivo para sífilis quando possui título a partir de 1/16. Esse título significa que, mesmo diluindo o sangue em 16 vezes, ainda é possível identificar anticorpos para a bactéria. Nesse caso, o médico deve ser consultado com urgência para que o tratamento seja iniciado rapidamente.

Títulos mais baixos, como 1/1, 1/2, 1/4 e 1/8, indicam que é possível que se tenha a IST, pois após uma, duas, quatro ou oito diluições ainda foi possível detectar os anticorpos. Como se trata de possibilidade, é importante voltar ao médico para que um exame confirmatório seja solicitado, pois esse título pode ser consequência de uma reação cruzada, ou seja, um falso-positivo.

Os títulos baixos também são encontrados na sífilis primária, em que os anticorpos circulam no sangue em baixas concentrações e após a realização do tratamento, em alguns casos. Assim, se o paciente tiver histórico de sífilis, é possível que apresente títulos mais baixos da doença devido à persistência dos anticorpos na circulação. É importante realizar testes treponêmicos para verificar se esse resultado corresponde à infecção passada ou é indicativo de infecção ativa, uma vez que não há formação de imunidade contra a Treponema pallidum.

Previna-se e cuide de sua saúde

A utilização do preservativo (camisinha masculina ou feminina) é a medida eficaz para evitar a sífilis, por se tratar de uma Infecção Sexualmente Transmissível. Ele deve ser usado em todo tipo de contato sexual, pois a doença pode ser transmitida também nas relações anais e orais.

Consulte regularmente seu médico para fazer exames anuais de IST. Para esses casos, o especialista é o ginecologista para mulheres e urologista para homens. O clínico geral também pode solicitar esses testes, mas, no caso de alterações, o ideal é fazer o atendimento com o especialista.

A prevenção da sífilis congênita é realizada com pré-natal adequado e de qualidade, realizado pelo médico obstetra. A testagem e acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais contribui para o controle. É fundamental que o VDRL seja feito por todas as gestantes, pelo menos no primeiro e terceiro trimestres de gestação ou em situações de exposições de risco.

As grávidas com diagnóstico de sífilis devem ser tratadas e acompanhadas adequadamente, assim como seus companheiros, para evitar reinfecção após o tratamento.

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Escrito por Vale Saúde

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