Dicas e Curiosidades
Marcapasso: o que é, para que serve e como funciona
12 de setembro de 2024
Dispositivo ajuda a regular os batimentos do coração emitindo impulsos elétricos
O que é marcapasso cardíaco?
Criado para o tratamento dos distúrbios de ritmo cardíaco, o marcapasso é um pequeno aparelho implantado perto do coração cuja função é monitorar e regular a frequência. Emitindo impulsos elétricos, o dispositivo eletrônico estimula as câmaras do órgão caso os batimentos fiquem abaixo dos valores normais (que variam entre 60 a 100 batimentos por minuto em repouso).
No Brasil, são mais de 300 mil pessoas convivendo com o aparelho, segundo o Departamento de Estimulação Cardíaca Artificial (DECA), integrado à Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular (SBCCV). Ainda de acordo com o levantamento, cerca de 49 mil dispositivos são implantados anualmente. O Censo Mundial de Marcapasso e Desfibriladores afirma que, no nosso país, existe um volume de 199 colocações do dispositivo por milhão de brasileiros.
Continue a leitura para saber mais como o equipamento funciona, quais são os tipos disponíveis, para que serve e no tratamento de quais doenças ele é aliado.
Quais são os tipos de marcapasso?
O marcapasso será provisório (quando colocado apenas por um período para tratar uma alteração cardíaca) ou definitivo, quando é colocado para controlar doenças crônicas.
É possível encontrar o dispositivo em três versões. A primeira delas é a definitiva, que fica acoplada a longo prazo, com o paciente necessitando de monitoramento frequente.
Indicada para as cirurgias de urgência e para aquelas pessoas que necessitam de um equipamento temporário, a versão transcutânea é conhecida como aquela que traz mais desconforto para o paciente. Já o transvenoso (MPTV) é outro dispositivo provisório, também indicado para emergências.
Existem três tipos de marcapasso provisório (utilizado apenas em emergências médicas):
- Marcapasso provisório cutâneo-torácico ou externo: sistema de alta energia, cujos estímulos são aplicados diretamente no tórax, sendo bastante doloroso e utilizado apenas em situações de extrema emergência
- Marcapasso provisório endocárdico: sistema de baixa energia, cujos estímulos são aplicados no endocárdio através de um eletrodo posicionado via endovenosa
- Marcapasso provisório epicárdico: sistema de baixa energia, cujos estímulos são aplicados no coração através de um eletrodo posicionado diretamente sobre o epicárdio durante uma cirurgia cardíaca
Como funciona o marcapasso cardíaco?
É um dispositivo eletrônico implantável próximo ao músculo peitoral, onde ficará a bateria e emitirá cabos até a cavidade do coração. Dessa forma, o aparelho assume a função de transmitir os impulsos elétricos ao órgão, caso haja falha. Normalmente, é implantado quando o coração fica com as batidas baixas demais ou instáveis.
De modo geral, os modelos diferentes de marcapasso atuam no sistema elétrico cardíaco por meio de estimulação com eletrodos (fios metálicos revestidos por uma fina camada de silicone). O aparelho é projetado para imitar o marca-passo natural do coração.
Os eletrodos têm, assim, dupla função: conduzir impulsos elétricos e funcionar como uma espécie de sensor de funcionamento do órgão. Em resumo, a maioria dos aparelhos utilizados capta o impulso atrial do coração e estimula o ventrículo, ou estimula ambos, átrio e ventrículo, sequencialmente.
O marcapasso funciona a pilhas, que duram em média 5 a 15 anos, mas existem casos em que a sua duração é um pouco menor. Sempre que a pilha estiver próxima do fim deve-se trocá-la por meio de uma pequena cirurgia local.
Para quem é indicado o marcapasso do coração?
O marcapasso é recomendado para pessoas com batimentos cardíacos abaixo de 40 por minuto, com intervalos longos entre um batimento e outro. As doenças cardiovasculares que causam essa condição são:
- Bradicardia pós-infarto
- Insuficiência cardíaca grave
- Doença cardíaca congênita
- Bloqueio atrioventricular
- Bloqueio bifascicular crônico
- Doença do nó sinusal sintomática
- Síncope neurocardiogênica
- Síndrome do seio carotídeo
- Cardiomiopatia hipertrófica
Além disso, o marcapasso também pode ser indicado pelo cardiologista em outras situações, como após o transplante cardíaco, para detectar ou encerrar a taquicardia, ou para tratar alguma alteração cardíaca causada pela overdose de medicamentos ou drogas.
A cirurgia de marcapasso é perigosa?
Procedimento simples e de baixo risco, a cirurgia para implante do dispositivo é feita com anestesia (local ou geral). Normalmente, o paciente tem alta em até dois dias. Ela também costuma ser rápida, levando de uma ou duas horas, e dispensa período de recuperação em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Quando bem indicado, o risco é pequeno de complicação, principalmente associado à anestesia. É importante que o implante de marcapasso seja realizado por um cirurgião cardiovascular, pois este é o profissional habilitado para corrigir e tratar, de imediato, as possíveis complicações que advêm deste tipo de intervenção, minimizando intercorrências.
Durante toda a operação em bloco cirúrgico, o médico observa a inserção e a posição do marcapasso através do Raio-X, para saber por onde está passando e para garantir que o marcapasso seja colocado no local correto.
As principais complicações do procedimento de colocação de marcapasso são infecção no local da cicatriz, sangramento ou hematoma no local em que foi feito o corte da pele.
É importante comunicar ao médico ou procurar o pronto-socorro mais próximo caso a pessoa apresente febre acima de 37,5ºC, pele ou unhas com cor azulada, falta de ar ou dor no peito.
Cuidados e precauções para quem vive com um marcapasso
Logo depois de realizado o implante, o paciente deve seguir algumas recomendações:
- Evitar molhar a ferida e o curativo 5 dias após o implante
- Após 5 dias, o curativo deve ser removido, deixando a ferida aberta
- Caso sinta dor, é permitido tomar analgésicos
- Evitar carregar peso do lado que foi implantado o marcapasso por 30 dias
- Evitar movimentos amplos com o braço do mesmo lado do marcapasso por 30 dias
- Sempre carregar a carteira de identificação de portador de marcapasso
- Procurar utilizar o celular do lado oposto onde foi implantado o dispositivo
- Em locais com detectores de metais, como aeroportos e bancos, cruzar rapidamente o campo magnético
- Comunicar o médico caso haja sinais de infecção no local de implantação
- Entrar em contato com o seu médico antes de agendar certos procedimentos, como ressonância magnética, radioterapia, litotripsia e procedimentos cirúrgicos que envolvam o uso de bisturi
Pessoas com marcapasso têm algumas limitações ou considerações especiais a longo prazo devido à presença do dispositivo. Porém, elas variam dependendo do tipo específico de marcapasso, das condições de saúde individuais do paciente e das recomendações médicas.
Algumas limitações comuns incluem:
- Treinos e exercícios físicos: embora muitos pacientes com marcapasso possam realizar atividades normais, é importante discutir com o médico quais exercícios são seguros e quais requerem precauções
- Campos eletromagnéticos: certos dispositivos eletrônicos, como detectores de metais em aeroportos e bancos, podem interferir no funcionamento do marcapasso. Os pacientes são aconselhados a manter uma distância segura desses dispositivos ou evitar seu uso
- Não usar dispositivos de terapia magnética: como cintos e colchões terapêuticos devem ser evitados
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Escrito por Vale Saúde
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