Saúde e Bem-estar
Vesícula Biliar: o que é e qual a sua importância para o organismo?
13 de agosto de 2024
Conheça o órgão que armazena a bile produzida pelo fígado para digerir gorduras no intestino.
O que é a vesícula biliar?
A vesícula biliar é um pequeno órgão que faz parte do sistema digestivo. Possui um formato de bolsa e fica localizada abaixo do lobo direito do fígado, na parte superior direita do abdômen, atrás das costelas.
A principal função da vesícula biliar é concentrar e armazenar a bile, um líquido produzido pelo fígado e essencial para a digestão e absorção de gorduras e vitaminas. A bile é formada por água, sais biliares, imunoglobulinas (anticorpos), colesterol e gorduras, responsáveis pela maioria dos casos de formação de cálculos. Além disso, é composta por bilirrubina, um pigmento derivado da quebra de glóbulos vermelhos realizada pelo baço. Por conta desses componentes, o órgão possui uma coloração esverdeada.
No início da digestão, a vesícula libera a bile no intestino delgado, onde ela se mistura com o suco pancreático e com os alimentos. Esse órgão possui de 7 a 10 centímetros e é capaz de armazenar cerca de 50mL de bile.
Quando existe alguma condição que afeta a vesícula biliar, todas as substâncias em seu interior sofrem um desequilíbrio, o que é possível levar ao surgimento de condições como cálculos biliares ou colecistite.
Quais as principais funções da vesícula biliar?
As principais funções da vesícula biliar são:
- Armazenar a bile produzida pelo fígado
- Produzir bicarbonato de sódio para auxiliar na neutralização dos ácidos estomacais
- Esvaziar e reabastecer a reserva de bile, como resposta ao hormônio colecistocinina que estimula a contração da vesícula para a liberação da bile
- Produzir mucinas (glicoproteínas que protegem a mucosa interior da vesícula da bile)
- Liberar a bile no intestino delgado para a digestão de gorduras e auxiliar na absorção de vitaminas
Quais sintomas indicam a presença de problemas no órgão?
Geralmente, cerca de 60% das pessoas não apresentam sintomas de problemas na vesícula biliar e descobrem somente durante exames e consultas de rotina.
No entanto, é possível observar alguns sinais que indicam que pode ter algo errado com a saúde desse órgão. São eles:
- Dor no estômago que se irradia para as costelas, costas ou pelo restante do abdômen
- Dores abdominais repentinas e intensas após consumir refeições mais gordurosas
- Sensação de mal-estar geral
- Perda do apetite
- Excesso de gases
- Inchaço abdominal
- Náuseas e vômitos
- Febre e suores
Além disso, quando a vesícula não está funcionando da maneira correta e para de liberar a bile no intestino, um de seus componentes causa alterações na coloração dos olhos e da pele que são facilmente percebidas. A bilirrubina faz com que esses órgãos fiquem amarelados devido à sua alta concentração no sangue, sintoma chamado de icterícia.
Esse desequilíbrio também é capaz de alterar a cor da urina, deixando-a mais escura por conta dos níveis elevados de bilirrubina, e das fezes, que tendem a ficar mais claras quando a bile não é liberada.
Caso sejam notados sinais ou sintomas de um possível problema, é importante buscar ajuda médica de um clínico geral, gastroenterologista ou de um hepatologista para verificar se existe alguma alteração na vesícula biliar. O diagnóstico costuma ser dado após exames de imagem e de sangue, como ultrassom abdominal ou tomografia computadorizada. Com o diagnóstico, o especialista irá avaliar o tratamento mais assertivo para o caso.
Quais doenças afetam a vesícula biliar?
As principais condições que afetam a vesícula biliar são:
Cálculos biliares
Também conhecido como pedra na vesícula e colelitíase, essa condição ocorre quando há a cristalização de substâncias dentro da vesícula, formando pequenas pedras e obstruindo a saída da bile para o intestino. Em cerca de 75% dos casos, os cálculos são formados por colesterol e, podem ter o tamanho de um grão de areia ou até mesmo de uma bola de golfe.
Mais de 80% dos pacientes com pedra na vesícula são assintomáticos, entretanto, a obstrução das vias biliares causa dores no estômago e costas, vômitos e suor excessivo. Além disso, caso não seja tratada, é capaz de levar a complicações como pancreatite aguda biliar, perfuração da vesícula biliar, colecistite aguda e câncer da vesícula biliar.
Vesícula preguiçosa
Essa condição consiste em uma alteração no funcionamento da vesícula, que não consegue liberar bile o suficiente para fazer a digestão da gordura presente nos alimentos. O resultado é a sensação de estar com o estômago cheio, mesmo tendo comido pouco, além de azia, inchaço e excesso de gases.
Refluxo biliar
O refluxo duodenogástrico, conhecido como refluxo biliar, ocorre quando a bile presente na vesícula é liberada para o intestino e volta para a o estômago ou esôfago. Esse retorno faz com que o pH aumente e provoca alterações e inflamações nas camadas protetoras de muco no estômago.
Câncer da Vesícula Biliar
O câncer de vesícula é uma doença considerada rara, com menos de 150 mil casos no Brasil. Seu início é silencioso e, conforme avança, surgem sintomas inespecíficos, similares aos quadros de cálculos biliares. É comum que o câncer seja diagnosticado somente quando estiver em fase avançada, já causando icterícia. Também, por vezes acontece de um paciente realizar uma cirurgia de retirada da vesícula por outro motivo e acabar encontrando o câncer de surpresa, pois era assintomático.
Em estágios iniciais, a retirada da vesícula já é o suficiente para curar a condição. Em casos mais avançados, são necessárias cirurgias adicionais para retirar segmentos do fígado e dos gânglios da região próxima, além de tratamentos quimio e radioterápicos.
Colecistite
A colecistite é uma inflamação da vesícula. Ela pode ser aguda e causar sintomas intensos que pioram rapidamente, ou crônica, e perdurar por meses com sintomas leves. Em mais de 95% dos casos, a colecistite é causa pela formação de cálculos biliares e tende a afetar mais frequentemente mulheres, tornando-se comum com o avanço da idade.
Quando a inflamação é aguda e não há a presença de cálculos, a condição é chamada de colecistite acalculosa, considerada um quadro mais grave da doença. Nesses casos, a inflamação do órgão pode ter sido causada por uma infecção bacteriana ou por isquemia (presença de fluxo de sangue e oxigênio inadequados) e costuma acometer pacientes que já possuem quadros graves de outras infecções, frequentemente internados em CTI (Centro de Terapia Intensiva).
É possível viver sem a vesícula biliar?
Para evitar o surgimento de complicações em quadros de pedra na vesícula, é indicado que se faça a retirada do órgão por meio de um procedimento chamado colecistectomia. Essa cirurgia pode ser feita no momento mais oportuno para o paciente e, em alguns casos, ela só é realizada quando os sintomas começam a aparecer.
Tendo em vista que a vesícula biliar funciona apenas como um reservatório para a bile e não é responsável pela sua produção, é totalmente possível viver bem e com saúde após a sua retirada. O fígado continuará produzindo a bile da mesma forma, a única diferença é que ela será liberada de maneira direta no intestino, sem ser armazenada antes.
Com o tempo, o organismo irá se adaptar à mudança e até mesmo poderá criar uma pequena bolsa no canal que faz a ligação entre o fígado e o intestino delgado para que ela atue como reservatório da bile, assim como a vesícula.
É possível que, durante esse período de adaptação, o organismo tenha mais dificuldade para digerir alimentos gordurosos, por isso, é importante tem cuidado e inserir as gorduras aos poucos na dieta, para evitar o surgimento de sintomas como gases, diarreia e desconfortos abdominais.
Sendo assim, a vesícula biliar tem um papel importante na digestão dos alimentos, mas não é indispensável. Na verdade, sua retirada é capaz de trazer mais benefícios para o corpo quando o órgão está doente, pois evita complicações.
Fatores que aumentam o risco de doenças biliares
Alguns fatores são capazes de alterar a composição da bile e aumentar o risco de desenvolver condições na vesícula biliar, incluindo:
- Ter uma dieta rica em gorduras, carboidratos e pobre em fibras dificulta o processo de digestão
- Obesidade, sobrepeso e sedentarismo
- Diabetes
- Hipertensão
- Tabagismo
- Uso prolongado de anticoncepcionais
- Predisposição genética
- Elevação nos níveis de estrogênio
Para evitar problemas na vesícula biliar ou reduzir sintomas de quem já possui alguma condição, é importante manter uma alimentação equilibrada, com prática regular de exercícios físicos para evitar o acúmulo de gorduras, beber bastante água, além de manter consultas regulares, com exames em dia para rastrear qualquer possibilidade de alterações no órgão o mais cedo possível.
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Escrito por Vale Saúde
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