Dicas e Curiosidades
Para que serve a vacina de poliomielite: entenda a importância e quando tomar
15 de janeiro de 2023
Vacinas VIP e VOP protegem contra a paralisia infantil e devem ser aplicadas em crianças de 1 a 4 anos
Antes de explicarmos a importância e para que serve a vacina de poliomielite, precisamos tratar também da baixa adesão à imunização contra a doença no Brasil.
Pela primeira vez desde que a doença foi erradicada, em 1989, o Brasil corre o risco de enfrentar a volta da paralisia infantil, o que levantou uma bandeira de alerta em diversos especialistas.
A meta brasileira ideal é de 95% das crianças entre 1 e 4 anos vacinadas contra o vírus poliovírus, que causa a pólio. Mas a última vez que esse percentual foi alcançado foi em 2015. Em outubro de 2022, o Ministério da Saúde divulgou que apenas 59,5% do público-alvo se vacinou, o que ainda é pouco.
A poliomielite não tem cura, causa sequelas gravíssimas e pode levar à morte. Por isso, é importante que todas as crianças sejam devidamente vacinadas, colaborando para manter a erradicação da doença no Brasil.
O risco da desinformação sobre vacinas
Muita desinformação ronda a necessidade de vacinação não apenas contra a poliomielite, mas também contra outras doenças. Algumas pessoas acreditam que a vacina pode causar efeitos colaterais graves, enquanto outras não enxergam necessidade de se vacinar contra doenças erradicadas.
As duas ideias estão erradas e podem fazer com que doenças voltem ao radar com contaminação em massa, como foi o caso do sarampo, responsável por um surto no Brasil em 2019.
Caso você tenha dúvidas ou preocupações a respeito da vacina, consulte o pediatra da sua confiança para que ele explique todas as vantagens e a importância de manter a caderneta de vacinação do seu filho em dia.
Mas, voltando para a pólio, vamos esclarecer a seguir algumas dúvidas que você pode ter a respeito da vacina, a importância de vacinar as crianças e como a substância age no organismo para combater o vírus!
Antes de mais nada, o que é a poliomielite?
Também conhecida como pólio ou paralisia infantil, a poliomielite é uma doença contagiosa viral, causada pelo poliovírus, microrganismo que vive no intestino.
A transmissão acontece em crianças e adultos por meio do contato com secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes, ou pelo contato direto com fezes, objetos, água e alimentos contaminados.
A contaminação pelo vírus pode ou não causar paralisia. Em casos graves, em que realmente ocorre a paralisia muscular, os membros inferiores geralmente são os mais afetados.
A doença também é capaz de deixar sequelas graves, que estão relacionadas à infecção na medula e no cérebro. As principais são:
- Dores nas articulações
- Pé torto, que impede a pessoa de andar porque o calcanhar não encosta no chão
- Crescimento diferente das pernas, ou seja, uma perna pode ser maior que a outra
- Paralisia das pernas
- Paralisia dos músculos da fala, causando dificuldade em falar e engolir
- Osteoporose
- Atrofia muscular
- Hipersensibilidade ao toque
O principal método de prevenção contra a poliomielite é manter a vacinação das crianças em dia.
Para que serve a vacina de poliomielite?
Antes de falarmos sobre a importância da vacina, é preciso entender que existem duas vacinas contra a pólio. A primeira foi criada em 1955 pelo cientista Jonas Salk. Por conta disso, foi batizada de Salk, mas também é conhecida como VIP (vacina inativada pólio). A aplicação é feita por meio de injeção.
Sete anos depois, o médico Albert Sabin criou outro modelo de vacina, que ficou conhecido como Sabin ou VOP (vacina pólio oral). Essa é a famosa gotinha, que não é invasiva.
A existência de duas vacinas contra a pólio pode gerar dúvidas em pais e familiares. As crianças devem tomar as duas? Em que idade deve ser tomada? Se perder uma dose, não pode tomar outra?
Calma!
As crianças devem ser imunizadas com as duas vacinas, que estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde). E o esquema vacinal completo inclui 5 doses das vacinas e precisa seguir o exemplo:
- 1ª dose: aos 2 meses de idade, por meio de injeção (vacina VIP)
- 2ª dose: aos 4 meses de idade, por meio de injeção (vacina VIP)
- 3ª dose: aos 6 meses de idade, por meio de injeção (vacina VIP)
- 1º reforço: entre os 15 e 18 meses de idade, por meio das gotinhas (VOP) ou injeção (VIP)
- 2º reforço: entre os 4 e 5 anos de idade, por meio das gotinhas (VOP) ou injeção (VIP)
Se alguma vacina estiver em atraso, ela não só pode, como deve ser colocada em dia. Crianças que não tomaram as três vacinas de injeção, precisam tomar antes de serem vacinadas com as gotinhas.
Dos 5 aos 14 anos a carteira vacinal também pode ser colocada em dia. Caso haja alguma dúvida, o recomendado é levar a carteira de vacinação da criança à UBS (Unidade Básica de Saúde) para que os profissionais analisem e vejam se todas as doses estão corretas.
VIP e VOP: quais são as diferenças entre as vacinas contra a paralisia infantil?
O esquema vacinal longo também pode fazer com que os pais não levem as crianças para se vacinar no tempo certo. Isso porque uma ou duas doses pode trazer a falsa impressão de que imunização está completa.
Mas não é bem assim. Primeiro porque as vacinas VIP e VOP são complementares. E, segundo, porque cada dose aumenta a imunização, o que torna todas igualmente importantes.
As vacinas VIP e VOP também são diferentes entre si. Embora as duas imunizem contra os três tipos de poliomielite, A VIP, que é a de injeção, é feita apenas com partículas do vírus, enquanto a VOP, que é a de gotinhas, é feita com o vírus enfraquecido.
É por isso que crianças que não tomaram as primeiras doses de injeção não podem tomar as gotinhas, porque caso tenha algum enfraquecimento no sistema imunológico, o vírus pode ativar e causar a doença. A vacina em injeção, por outro lado, é incapaz de provocar a pólio.
Quando não tomar a vacina contra a pólio?
Crianças que possuem Aids, câncer ou outras doenças que provocam alterações imunológicas não devem se vacinar contra a poliomielite, a não ser que a vacina seja indicada por um pediatra.
Nesse caso, os pais ou responsáveis devem levar a criança ao Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais para que ela receba as doses com cuidado especial.
Se a criança tiver febre acima de 38ºC, as vacinas VIP e VOP não devem ser aplicadas. Se apresentar vômitos ou diarreias, somente a vacina VOP não deve ser tomada, porque ela pode não ser absorvida corretamente pelo organismo.
Poliomielite e a criação do Zé Gotinha
Você sabia que o Zé Gotinha, hoje um ícone quando o assunto é vacinação infantil brasileira, foi criado durante o surto de poliomielite no Brasil na década de 80?
O personagem foi feito em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa. O objetivo era tornar as campanhas de vacinação mais atraentes para as crianças e o nome Zé Gotinha foi escolhido em um concurso nacional feito pelo Ministério da Saúde, em que alunos de escolas de todo o Brasil puderam participar e escolher o nome do mascote.
No mesmo ano, a campanha de vacinação contra a pólio com o Zé Gotinha foi amplamente espalhada nos rádios, jornais e televisões. Com o tempo, o personagem se tornou importante não apenas para alertar sobre a importância de se imunizar contra a paralisia infantil, mas também contra outras doenças, como o sarampo.
A vacina contra a poliomielite causa efeitos colaterais?
Assim como todas as vacinas, a VIP e a VOP também podem causar efeitos colaterais, embora eles sejam raros.
Após se vacinar, a criança pode ter febre, mal-estar, diarreia e dor de cabeça. Em casos extremamente raros, pode haver sintomas de poliomielite, como fraqueza muscular e dor ou rigidez nos braços ou nas pernas. Nesses casos, é importante procurar um pediatra o mais rápido possível.
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Escrito por Vale Saúde
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